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Aniversário

Curitiba, 324 anos: uma história manchada pela segregação e pela desigualdade

Existe um abismo entre a área central, os bairros periféricos e a região metropolitana

29.mar.2017 às 00h02
Curitiba (PR)
Daniel Giovanaz
Primeiro Plano Diretor foi elaborado na década de 1960 e previu o crescimento linear da cidade

Primeiro Plano Diretor foi elaborado na década de 1960 e previu o crescimento linear da cidade - Primeiro Plano Diretor foi elaborado na década de 1960 e previu o crescimento linear da cidade

“Cidade modelo”, “cidade sorriso". À sombra dos apelidos carinhosos, Curitiba completa 324 anos neste dia 29 de março com um fardo cada vez mais difícil de carregar: a desigualdade e a segregação social.

Uma criança que nasce no Batel, um dos bairros mais ricos da região central, terá em média 12 anos a mais de vida que quem nasce na Vila Parolin, a 5 km de distância – segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. A diferença de expectativa de vida reflete um abismo na qualidade dos serviços de saúde, saneamento e segurança.

A situação se agrava na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Matriz 1, que contempla os bairros próximos ao Centro, é 0,928 – semelhante ao da Suíça, por exemplo. O do município de Doutor Ulysses, na RMC, é 0,546 – equivalente ao do Quênia, um dos países mais pobres da África.

Histórico

Ocupado inicialmente por indígenas, o território da RMC foi palco de choques culturais desde o século XVII, quando se tornou caminho para tropeiros e bandeirantes. Em 1875, o então presidente da província do Paraná, Lamenha Lins, incentivou a imigração europeia para aumentar a produção de alimentos e, sem querer, fortaleceu as divisas étnicas e culturais. O que poderia ser uma grande mistura virou um conjunto de pequenas ilhas, com pouca ou nenhuma interação.

O primeiro Plano Diretor, elaborado em 1966, previa o crescimento linear de Curitiba, coibindo a expansão para todos os lados. “Mais do que o desenho, o que pesou para a segregação foi a valorização do preço da terra”, analisa Madianita Nunes da Silva, pesquisadora do Observatório das Metrópoles. “O avanço da atividade imobiliária dificultou, nessa época, o acesso à terra por parte da população de baixa renda – em geral, migrantes que vinham do campo para a cidade”.

Após duas décadas de aumento demográfico, os anos 1990 foram marcados pelo empobrecimento da população, o que resultou na formação de favelas e de vilas irregulares. Em 2004, o novo Plano Diretor contemplou várias demandas de movimentos pelo direito à moradia e à cidade. Porém, "os aspectos centrais do Plano não foram regulamentados”, segundo Madianita, e a segregação se manteve.

De acordo com o Índice de Gini, que mede a concentração de renda, Curitiba não conseguiu diminuir a desigualdade nas últimas décadas. Em 1991, o índice era 0,55, em uma escala de 0 a 1. Em 2000, a diferença de renda aumentou e o índice subiu para 0,59. O dado mais atualizado, de 2010, indica novamente 0,55.

Desintegração

O Estatuto das Metrópoles, de 2015, prevê responsabilidade dos estados na elaboração de políticas públicas para integração e acesso a serviços nas regiões metropolitanas. Para Olga Firkowski, professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), esse processo não contempla todos os 29 municípios da RMC. “Isso vale para metade deles, aqueles que são limítrofes a Curitiba e que têm algum nível de integração”, afirma. “Os demais foram integrados à RMC por uma razão política, não técnica, e aí não faz sentido propor políticas em comum”

Olga defende que os setores prioritários são transporte, saneamento e habitação: “A desintegração do transporte coletivo metropolitano, que ocorreu recentemente, por exemplo, é um passo na contramão do Estatuto”.

Fala, curitibano

O biólogo Gastão da Luz cresceu em uma casa da madeira na rua Dr. Faivre, no Centro. Desde cedo, aprendeu que quem vivia “do outro lado do trilho” era diferente: melhor nem se relacionar. “A cidade é excludente e assume isso. Curitiba tem 22 portais que não separam só os bairros, mas separam guetos. Árabes para um lado, judeus para o outro… só os índios e os negros não têm o seu espaço!”, critica.

Como curitibano, ele entende que a segregação é um elemento formador do município, que desde a fundação escolheu “não enxergar" certos aspectos da realidade. “Por exemplo, o lixo de Curitiba é carregado nas costas, e os carrinheiros são seres ‘invisíveis’. Temos 300 favelas, e a Prefeitura não reconhece nenhuma delas com esse nome. A gente aprende em casa a não se misturar e a fechar os olhos para o diferente”.
 

Editado por: Ednubia Ghisi
Tags: curitibadesigualdade
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