Mobilização

Catadores de Curitiba se mobilizam em Dia Nacional de Lutas

Ato também marca o aniversário de 16 anos do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Faixas, balões, apitos e foguetem foram utilizados para dar visibilidade à ação
Faixas, balões, apitos e foguetem foram utilizados para dar visibilidade à ação - Franciele Petry Schramm

“Deus recicla, o diabo incinera”. Uma frase como essa não passa despercebida em meio ao tumultuo de pedestres e carros no centro de Curitiba. E o objetivo foi mesmo a de chamar a atenção.

Quem segurava e distribuía os balões eram cerca de 300 catadores de materiais recicláveis, em uma atividade que marcou o Dia Nacional de Luta dos Catadores de Materiais Recicláveis em Curitiba e também o aniversário de 16 anos do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).

 

 

A ação foi realizada pelo Instituto Lixo e Cidadania  e contou com a participação dos trabalhadores integrantes do programa EcoCidadão, realizado em parceria com a prefeitura de Curitiba. A concentração começou perto das 11h na Praça Santos Andrade, e seguiu em marcha pela Avenida Marechal Deodoro até a Boca Maldita. 

O fim da incineração dos resíduos sólidos está entre as pautas do movimento. O método é considerado ultrapassado por resultar em poluição do ar e no gasto excessivo de energia - além de significar redução no trabalho para os catadores.

Nestes 16 anos de lutas do MNCR, Roselaine Mendes Ferreira vê conquistas, mas está preocupada com o cenário atual de crise política e econômica: “A gente está com medo que possa ter um retrocesso, por que esse quadro político não está muito favorável”.

Entre os avanços está a criação da Política de Resíduos Sólidos, que prevê a contratação de cooperativas e associações de catadores para a separação do material.

Desde abril de 2015, catadores já são contratados pela prefeitura de Curitiba, mas o valor repassado é questionado. “Hoje nós não consideramos a remuneração paga pela prefeitura como justa, porque eu ela não consegue manter todos os outros custeios e remunerar eles justamente”, aponta Rejane Parede, da equipe técnica do Instituto Lixo e Cidadania.

Edição: Brasil de Fato