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Comida saudável é alimento sem veneno e sem frescura

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"Boa alimentação melhora a saúda da gente, especialmente se são alimentos produzidos sem uso de agrotóxicos", lembra Mouzar Benedito
"Boa alimentação melhora a saúda da gente, especialmente se são alimentos produzidos sem uso de agrotóxicos", lembra Mouzar Benedito - Arquivo/ABr
Não penso em comer carboidrato e proteína. Penso em arroz, carne, salada...

Troque o bife por um nabo com aveia. Em vez de pernil, coma espinafre e rabanete.

Claro que eu estou brincando, mas tem alguns programas de televisão em que falam de comida saudável e muita gente ironiza, fingindo que as propostas são de mudanças alimentares malucas como essas.

Às vezes há exageros, sim, de pessoas para quem tudo que é gostoso faz mal. Um médico chegou a escrever num jornal um texto dizendo que a comida feita em fogão a lenha é cancerígena.

Tive vontade de encontrar esse médico e lhe falar um monte de palavrões.

Um problema que vejo nas orientações para a gente parar de comer uma coisa e passar a comer outra é que muitas vezes nos indicam coisas sem sabor. Parece que odeiam o paladar.

É claro que uma boa alimentação melhora a saúda da gente, especialmente se são alimentos produzidos sem uso de agrotóxicos. Mas a comida tem que ser gostosa também. Uma receita boa ajuda, né?

Outra tendência atual é falar proteína em vez de carne, carboidrato em vez de arroz ou pão... Acho isso uma chatice. Quando eu vou almoçar, não penso em comer carboidrato e proteína. Penso em arroz, feijão, carne, salada.

Bem... Minha conversa aqui não é contra a alimentação saudável, sou muito a favor. Só que é difícil mudar hábitos que vêm de muitas gerações.

Eu me lembro de um amigo tinha uma fazendinha em Minas e se casou com uma nutricionista que quis que os empregados melhorassem a alimentação. Ótimo. Mas como?

Ela fez uma horta com muitas verduras e legumes. Tinha alface, agrião, escarola, rúcula, repolho, couve-flor, cenoura, quiabo, beterraba, abobrinha, pepino, abóbora e outras coisas boas, plantadas e tratadas sem uso de venenos.

Mas só ela e o marido comiam essas coisas. Mistura, para os empregados, tinha que ser carne, de preferência carne de porco.

Um dia ela reuniu todos os empregados e suas famílias para falar dos alimentos que tinham ali, à disposição, e não comiam. Falou sobre cada verdura, o sabor delas, valorizando o bem que faziam para a saúde.

Depois passou a falar dos legumes. Foi falando de cada um, até ser interrompida por um empregado, que falou: “O legume que eu mais gosto é o pernis”.

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