Posicionamento

Movimentos e centrais sindicais denunciam escalada golpista contra a Venezuela

Em nota, Frente Brasil Popular respalda a Revolução Bolivariana e denuncia articulação internacional contra Maduro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Frente Brasil Popular manifesta seu posicionamento em meio ao conflito
Frente Brasil Popular manifesta seu posicionamento em meio ao conflito - FBP

A Frente Brasil Popular divulgou nota nesta quinta-feira (29) sobre os últimos acontecimentos de violência na Venezuela. No documento, a organização classifica como terroristas os ataques armados contra as sedes do Ministério das Relações Interiores, Justiça e Paz e o Tribunal Supremo de Justiça, na capital venezuelana, Caracas, ocorridos na última terça-feira (27). "Esses ataques, com evidente caráter terrorista, constituem graves fatos novos no quadro de uma violenta escalada golpista contra a República Bolivariana da Venezuela", afirma o texto.

Para os movimentos populares, centrais sindicais e demais organizações que integram a Frente, está em curso um plano com articulação internacional (com participação também do governo de Michel Temer) para derrubar o governo do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. "Desde o início de abril último, setores extremistas da oposição venezuelana, em conluio com o imperialismo estadunidense e governos reacionários da América Latina, entre eles o governo golpista do Brasil, estão empenhadas na execução de um plano golpista para derrocar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro", diz a nota.

A Frente Brasil Popular ressalta ainda o respaldo à Revolução Bolivariana, iniciada em 1999, e o processo de Constituinte Popular em curso. Em 30 de julho, os venezuelanos vão às urnas eleger os deputados que vão compor a Assembleia Constituinte, defendida pelo governo de Maduro. Na nota, as organizações da Frente destacam as conquistas da Revolução e conclamam "os partidos políticos progressistas e os movimentos populares brasileiros a rechaçar a investida golpista na Venezuela e manifestar irrestrita solidariedade ao povo irmão e ao governo do presidente Nicolás Maduro".

Entenda a crise

A Venezuela vive uma complexa crise política e econômica, que se arrasta por quase quatro anos. No centro do turbilhão está o governo de Nicolás Maduro, eleito em abril de 2013. Herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez, Maduro chegou ao poder em meio à comoção pela morte do líder que, além de impulsionar a chamada Revolução Bolivariana, colocou o país petroleiro no mapa geopolítico mundial.

A ausência de Chávez, no entanto, fortaleceu a oposição que não deu trégua ao governo Maduro, primeiro desconhecendo a vitória, passando por tentativas de tirá-lo do poder por meio de referendo ou promovendo protestos constantes que paralisam o país.

Maduro, que se autointitula "o primeiro presidente operário do país", tem como desafio maior pacificar uma Venezuela, convulsionada pelos protestos oposicionistas e por uma brutal guerra econômica, que gera desabastecimento de alimentos e produtos básicos. Para reagir no campo da política, Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte para discutir com os venezuelanos os rumos do país.

Saiba mais no especial  “O que está acontecendo na Venezuela?”, do Brasil de Fato.

Confira a íntegra da nota.

“A Venezuela foi alvo na última terça-feira (27 de junho) de ataques armados que atingiram as sedes do Ministério das Relações Interiores, Justiça e Paz e o Tribunal Supremo de Justiça. Esses ataques, com evidente caráter terrorista, constituem graves fatos novos no quadro de uma violenta escalada golpista contra a República Bolivariana da Venezuela.

Desde o início de abril último, setores extremistas da oposição venezuelana, em conluio com o imperialismo estadunidense e governos reacionários da América Latina, entre eles o governo golpista do Brasil, estão empenhadas na execução de um plano golpista para derrocar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro.

As ações violentas já provocaram a morte de mais de 70 pessoas, destruição de instalações de serviços públicos, entre estes hospitais, e casas comerciais.

A extrema direita, a oposição organizada na chamada Mesa de Unidade Democrática (MUD), os meios de comunicação hegemônicos e os governos dos EUA e da direita no continente atuam de forma orquestrada numa guerra midiática e econômica contra o governo democraticamente eleito do presidente Maduro, que adverte para os perigos de uma guerra civil e uma intervenção estrangeira no país.

O imperialismo estadunidense e a extrema-direita venezuelana nunca aceitaram a consolidação do processo revolucionário e o aprofundamento da democracia popular e direta no país. Igualmente, rechaçam as conquistas sociais alcançadas ao longo das duas últimas décadas da Revolução Bolivariana. Ultimamente, decidiram desencadear uma brutal ofensiva reagindo à convocação do diálogo e da Assembleia Nacional Constituinte, caminhos escolhidos pelo governo do presidente Nicolás Maduro para restabelecer a paz, a estabilidade, reforçar a democracia, os direitos do povo e encaminhar soluções adequadas aos problemas econômicos do país.

Respaldamos o governo democraticamente eleito de Nicolás Maduro e a Revolução Bolivariana, que desde 1999 vem alterando profundamente as estruturas do país, melhorando o nível de vida de seu povo e desenvolvendo a integração latino-americana e caribenha, mola propulsora do desenvolvimento, progresso social e a paz na região.

Neste momento crucial da trajetória da Revolução Bolivariana, respaldamos o processo de Constituinte Popular em curso, que elegerá de forma direta e universal os deputados constituintes no próximo dia 30 de Julho. A Assembleia Nacional Constituinte impulsionará as conquistas da Revolução e promoverá novas mudanças no país, aprofundando a democracia popular, conquistando a paz e promovendo o desenvolvimento econômico e social do país irmão.

Conclamos os partidos políticos progressistas e os movimentos populares brasileiros a rechaçar a investida golpista na Venezuela e manifestar irrestrita solidariedade ao povo irmão e ao governo do presidente Nicolás Maduro.

Frente Brasil Popular

29 de junho de 2017”
 

Edição: Vivian Fernandes