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Festival traz cores para capital mineira

Artistas vão criar um mirante a céu aberto através dos prédios

Belo Horizonte (MG) |

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Além do grafite, o festival também traz apresentações de dança, shows e exposições
Além do grafite, o festival também traz apresentações de dança, shows e exposições - Divulgação

A partir do dia 26 de julho, a cultura de Belo Horizonte fica ainda mais viva. O cinza dos prédios de uma das vistas mais antigas da capital, a da Rua Sapucaí, no Centro, dará lugar às cores do Brasil e da Espanha, construindo um mirante de arte a céu aberto. 
A iniciativa é do Circuito Urbano de Arte (CURA), um festival de arte urbana que convidou cinco artistas para pintarem quatro laterais de edifícios. Olhadas pelos lados dos arcos do Viaduto Santa Tereza, todas as empenas, como são conhecidas, se encontrarão. Os prédios que receberão os murais são o hotel Rio Jordão, na rua Rio de Janeiro; o Edifício Satélite, na rua da Bahia; o Trianon, na avenida Afonso Pena e o Edifício Central, na avenida dos Andradas.
Nesta primeira edição, participam três mulheres e dois homens: a artista mineira Priscila Amoni - uma das idealizadoras -, Thiago Mazza, a espanhola Marina Capdevila e os cearenses Tereza Dequinta e Robézio Marqs, do Acidum Project. 
“O mais legal nesse projeto é que surgiu de um desejo da cidade, esse lugar que tanto pulsa. Várias pessoas já queriam e tentavam fazer isso. No mundo, os grandes murais são pontos turísticos e é um dos nossos desejos”, explica Janaína Macruz, que, junto à produtora Juliana Flores, é também uma das idealizadoras do CURA.
O público, além de poder acompanhar a feitura dos desenhos ao vivo, está convidado a curtir as várias atividades culturais e gratuitas que acompanham o projeto. Vão ter shows, DJs, mesas de conversa sobre a história da arte urbana em BH e sobre a realidade das grafiteiras mulheres, sessões de filmes, bazar, dança de rua, visitas guiadas e exposições. A programação completa será liberada em breve.

Representatividade
Artistas convidados para estrear o CURA, a dupla Tereza Dequinta e Robézio Marqs é de Fortaleza, no Ceará, e marca presença representando o Nordeste do país. Com obras que retratam ao mesmo tempo o cotidiano e o universo fantástico, eles optam pela liberdade da criação e só terminam uma obra no exato momento da execução. “O Brasil é um país continental, de uma pluralidade muito grande e ela tem que ser reconhecida. Que essa abrangência se consolide”, aposta Robézio.
Para Tereza, outro grande ponto do festival é o número de artistas mulheres, que auxilia na igualdade em uma área ainda dominada por homens. “São tantas mulheres incríveis e, muitas vezes, o que falta é um olharzinho, uma curadoria que se atente para essa questão”, ressalta.
O CURA será realizado até o dia 6 de agosto. Para saber mais, acesse: www.facebook.com/curafestival.
 

Edição: Joana Tavares