Solidariedade

Diversas cidades brasileiras realizam atos pela paz na Venezuela

Em Belo Horizonte, ocorre nesta quarta (23) uma das ações; pelo menos outros dez locais realizaram protestos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Em frente à Embaixada dos EUA em Brasília, muro foi pichado em repúdio às declarações de Trump contra a Venezuela
Em frente à Embaixada dos EUA em Brasília, muro foi pichado em repúdio às declarações de Trump contra a Venezuela - Reprodução

Por uma solução pacífica aos conflitos que hoje tomam a Venezuela, movimentos populares e organizações sociais brasileiras realizam atos em apoio ao país vizinho em diversas cidades do Brasil. No último 22 de agosto, as entidades convocaram uma jornada de ações em um dia de solidariedade à Venezuela.

Continua após publicidade

A capital mineira, Belo Horizonte, recebe mais um dos atos nesta quarta-feira (23), às 19h, com a palestra "O que está em jogo na Venezuela?", com o professor Igor Fuser, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC. A atividade é organizada pela Frente Brasil Popular em Minas Gerais e acontece no Sindicato de Jornalistas do estado (Av. Álvares Cabral, 400).

Segundo os organizadores, "a campanha se faz necessária diante da ofensiva imperialista sobre a Venezuela e a tentativa de desestabilização política do país, após o processo de instalação da Assembleia Constituinte, legitimada por mais de 8 milhões de eleitores".

Protestos

A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília (DF) teve seus muros pichados com mensagens de protesto e denúncia contra o presidente estadunidense, Donald Trump, na terça-feira (22). Em nota que circulou pelas redes, os manifestantes criticaram a política de Estado dos EUA frente à região:

"O governo de Washington já tem um vasto histórico de interferências na política e economia do país sul-americano. Após a chegada de Chávez à Presidência este cenário se intensificou, principalmente por conta da defesa da soberania venezuelana e de seu povo. Hoje, com Maduro, as investidas estadunidenses se somaram a burguesia do país na tentativa de utilizar a crise mundial para desestabilizar o projeto da revolução bolivariana."

Na terça-feira (22), debates, aulas públicas e atos também ocorreram em Belém (PA), em Cuiabá (MT) e em Salvador (BA). Em Recife (PE), um protesto de rua ocorreu em frente ao Consulado dos Estados Unidos. Já na Escola Nacional Florestan Fernandes - um centro de formação internacionalista do MST -, em Guararema (SP), estudantes de 83 organizações de 42 países enviaram mensagens de solidariedade à Venezuela. 

Ato realizado em Recife, em frente ao Consulado dos EUA

Na capital paulista, o Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela participou da Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo. Além disso, foi apresentada uma carta direcionada ao governo dos Estados Unidos e aos congressistas e organizações do povo estadunidense sobre a ingerência do país nos assuntos internos da Venezuela (leia abaixo).

O Rio de Janeiro (RJ) também recebeu um ato público, que contou com a participação do Cônsul da Venezuela na cidade, Edgar Alberto Marín, o deputado federal Wadih Damous e Carmen Diniz, representante Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela. A atividade ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na segunda-feira (21).

No mesmo dia do ato carioca, entidades de Campinas (SP) organizaram um debate sobre o país latino-americano, que teve entre os participantes o jornalista e editor-chefe do Opera Mundi, Breno Altman, e a representante do Cebrapaz Socorro Gomes.

Em Santos, no litoral paulista, as organizações realizarão um ato de solidariedade à Venezuela na sexta-feira (25), com a participação do professor de Relações Internacionais e membro do MST Marcelo Buzzeto. A palestra será no Centro José Martí, que fica na Rua Joaquim Távora, 217.

Debate na UFRJ, na capital fluminense

----

CARTA PÚBLICA

Para: Governo dos Estados Unidos de América
c/c: Congressistas e organizações do povo estadunidense
 
Assunto: Sobre vossa ingerência nos assuntos internos da VENEZUELA
 
    Nós, que firmamos essa declaração – representantes de movimentos populares, organizações politicas, intelectuais e artistas – nos dirigimos a vossas excelências para  alertá-los, que consideramos as posições do atual governo dos Estados Unidos, um desrespeito à autonomia dos povos, às normas das Nações Unidas e do direito internacional. Portanto:

Exigimos pleno respeito ao direito internacional e apoiamos incondicionalmente o direito da Venezuela à autodeterminação e à soberania;

Rejeitamos qualquer forma de interferência nos assuntos internos da Venezuela, especialmente desde os Estados Unidos. O direito internacional deve ser respeitado. Em particular o uso de sanções para obrigar um governo a agir de certo modo viola os Artigos 19 e 20 da Carta da OEA;
 
Consideramos absurdas as tentativas de penalizar diretamente as pessoas que estão em mandatos legais da Venezuela, em especial o presidente Nicolas Maduro;

Condenamos qualquer tentativa ilegal, violenta e inconstitucional de derrubar o governo democraticamente eleito de Nicolas Maduro;

Apoiamos todas as tentativas de mediação entre governo e oposição na Venezuela para encontrar a paz a través do diálogo como as tentativas da Unasul, o Vaticano, os ex-presidentes Zapatero, Fernández e Torrijos, o grupo de cinco países amigos (Uruguai, República Dominicana, Nicarágua, El Salvador, São Vicente e Granadinas) e o CARICOM;

Reafirmamos que qualquer diferença o desacordo que possa existir entre a Venezuela e os Estados Unidos deve ser resolvido com dialogo construtivo e diplomacia;
 
Esperamos que o povo dos Estados Unidos nos ajude  a conter a  prepotência de seu governo, temporário.  E que zele pelos princípios de solidariedade, autonomia  e de equidade dos direitos internacionais, entre todos os povos.
 

    Atenciosamente,

    Assinam: 
Agencia Pueblos en Pie
Articulación de los Movimientos Populares hacia el ALBA – Brasil
British Columbia Government and Service Employee’s Union
Central de Movimentos Populares do Brasil – CMP-BR
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Centro Brasileiro de Solidariedade Aos Povos e Luta Pela Paz – Cebrapaz
Circulo Bolivariano Yamileth Lopez – Costa Rica
Circulo Granma de Italia Cuba
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação – CNTE
Conselho Mundial da Paz
Conselho Mundial da Paz
Consulta Popular
Federação Única dos Petroleiros – FUP
Femmes de Diverses Origines – FDO
Frente Brasil Popular
Fundação Perseu Abramo
Grupo America Latina, Filosofia Focial y Axiología – GALFISA
Intersindical
Juventude Comunista Avançando – JCA
La Pluma.net
Levante Popular da Juventude
Marcha Mundia de Mulheres – MMM
Movimento Avançando Sindical – MAS
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC Brasil
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST 
Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Partido dos Trabalhadores – PT
Pastoral da Juventude Rural – PJR
Periodico El Macarenazoo
Polo Comunista Luiz Carlos Prestes – PCLCP
Red No War
Rede de Médicos e Médicas Populares
Resumen Latinoamericano
Table de Concertation de Solidarité Québec-Cuba
União de Negros pela Igualdade – Unegro
 

Edição: Vivian Neves Fernandes