Agroecologia

Congresso Nacional sanciona dia 3 de outubro como Dia Nacional da Agroecologia

Data homenageia o nascimento da engenheira agrônoma Ana Primavesi

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 Ana Maria Primavesi participa de sessão de autógrafos na II Feira Nacional da Reforma Agrária, em maio
Ana Maria Primavesi participa de sessão de autógrafos na II Feira Nacional da Reforma Agrária, em maio - Júlia Dolce

O Congresso Nacional aprovou o Dia Nacional da Agroecologia, a ser comemorado, anualmente, no dia 3 de outubro.

A data é em homenagem ao nascimento da engenheira agrônoma e escritora, Ana Maria Primavesi, referência nos avanços de pesquisas sobre o manejo do solo de maneira ecológica.

Primavesi é também uma das principais pesquisadoras da agricultura orgânica, que compreende o solo como um organismo vivo.

O Projeto de Lei 5906/13, foi proposto em 9 de julho de 2013, pela deputada Luci Chonacki (PT-SC) e aprovado na Câmara em 2014.

De lá, seguiu para o Senado, onde foi aprovado no dia 21 de dezembro de 2017, instituindo a lei nº 13.565, que cria o Prêmio Nacional da Agroecologia Ana Primavesi, que premiará iniciativas e projetos em agroecologia e produção orgânica.

Resistência

Ana Maria Primavesi completou 97 anos neste ano. Ela traz em sua história de vida um legado rico no campo da agroecologia no Brasil. Nascida na Áustria, é formada em engenharia agrônoma e chegou a ser presa em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. 

Na universidade austríaca em que se formou era a única no mundo que trabalhava com todos os tipos de terra. Em entrevista ao Brasil de Fato, em outubro, Nívia Regina, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), avaliou que olhar o solo como elemento vivo mudou a relação dos assentados com as plantações.

“Ela cumpriu um papel de aproximar, superar essa fragmentação na relação do ser humano e a natureza, dando ênfase na questão do solo. Ela compreendia o papel e a importância da agricultura familiar camponesa, no trabalho com o solo, no manejo com o solo, percebendo, principalmente, que nos solos tropicais há uma presença enorme de organismos vivos na qual a sua intenção, a todo momento, foi que cada um de nós percebamos que esses organismos precisavam ser tratados e sempre em movimento", disse.

Edição: Simone Freire