Mobilização

Em Curitiba, movimentos sociais realizam vigília pela democracia e em apoio a Lula

Mobilizações em defesa do direito de Lula ser candidato também foram realizadas em Londrina e Guarapuava

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Os manifestantes denunciam os abusos cometidos pela operação da Polícia Federal, e defendem o direito de Lula ser candidato à presidência
Os manifestantes denunciam os abusos cometidos pela operação da Polícia Federal, e defendem o direito de Lula ser candidato à presidência - Lia Bianchini

Palco de mobilizações emblemáticas e em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná onde o juiz de primeira instância Sérgio Moro é professor, a Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, foi o local escolhido para uma vigília cívica em defesa da democracia, realizada na noite desta terça-feira (23).

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A atividade está relacionada ao julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que está marcado para esta quarta-feira (24), em Porto Alegre. Os manifestantes denunciam os abusos cometidos pela operação da Polícia Federal, e defendem o direito de Lula ser candidato à presidência em 2018. A ação foi mobilizada pelas Frentes Brasil Popular e Resistência Democrática, e contou com a presença de juristas, líderes religiosos, movimentos de juventude e entidades sindicais. 

Foto: Lia Bianchini

Vice-presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Darci Frigo lembra que a Praça Santos Andrade foi um dos locais onde foram iniciados os processos de resistência à Lava Jato de todo o país, através da realização de atos e do 'Circo da Democracia', em 2015. "Temos, aqui próximo, a sede do Ministério Público, que tem adotado posições contrárias ao Direito, à constituição e à lei, com uma postura clara de perseguição", destaca.

Professor de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) e ex-procurador-geral do Paraná, Carlos Frederico Mares de Souza Filho também critica a atuação de Sérgio Moro. Para ele, o juiz de primeira instância se transformou em um popstar, através de julgamento que Marés define como anti-jurídicos. "Já os três desembargadores que julgarão amanhã o caso do Lula, se eles julgarem e mantiverem a decisão do Moro por  causa de uma pressão política da Direita, estarão levando, na verdade, uma posição contrária ao Direito. o ganho deles vai ser a sua própria desmoralização como juristas", avalia.

Na quarta-feira (24), a vigília reinicia às 7h30, no mesmo local. O julgamento de Lula pelo TRF4 em Porto Alegre deve iniciar às 8h30.

Participações

Para exemplificar o caráter político da operação da Polícia Federal, integrantes do Setor de Juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizaram uma intervenção durante a vigília. Eles fizeram um teatro e simularam uma luta de 'Vale-tudo entre o Judiciário e a Democracia'.

Juliana de Melo, integrante do coletivo de juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), veio de Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, para participar da Vigília Cívica Em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato, que é realizada em Curitiba neste instante.

"Para a juventude da classe trabalhadora, estar participando de um momento como este é extremamente importante", conta. Juliana participou do intervenção realizada pelos jovens. Para ela, participar de momentos como este é muito importante para a politização e provocação da necessidade de organização da classe trabalhadora. "A juventude está desempenhando seu papel", ressalta.

Integrante do Movimento Nacional Palestino no Brasil e da comunidade muçulmana brasileira, Ualid Rabah, também participou da mobilização. "Nós acreditamos que esse momento é um momento que não podemos nos calar", destaca. Ualid vê na perseguição política sofrida por Lula semelhanças com a perseguição contra Jesus Cristo e o Profeta Maomé, que defendiam os mais humildes. "É um paralelo que não podemos deixar de fazer".

Foto: Lia Bianchini

O diácono e assessor da Pastoral de Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba, Sidney Lemes dos Santos, também esteve na Praça Santos Andrade. "Essa manifestação ela é legítima, uma vez que o povo está descontente. Se o povo está descontente, é preocupação da igreja buscar respostas justas e coesas diante de toda a realidade que o Brasil vive", aponta. 

Mobilizações no Paraná

Vigílias cívicas também foram realizadas em outras cidades do estado, nesta terça-feira. Em Londrina, segundo município mais populoso do estado, a vigília se concentrou em frente ao Fórum, no Centro Cívico. Em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná, manifestantes se encontraram em frente à Justiça Federal.

Além disso, cerca de 2300 paranaenses devem chegar em Porto Alegre até quarta-feira (24) para acompanhar de perto a sentença do TRF4, de acordo com informações do Partido dos Trabalhadores (PT). Foram 43 ônibus organizados por sindicatos, movimentos populares e partidos políticos, além de diversos militantes que viajaram de forma independente e que compõem as Caravanas em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato.

A primeira caravana do Paraná partiu no sábado (20), logo após o lançamento do Comitê das Juventudes em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato, que contou com a presença da senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.
 

Edição: Redação BdF PR