Resistência

Ceará quer Lula Livre: acampamento em Fortaleza resiste há três dias

Vigília pela liberdade de Lula, a exemplo de ações em Curutiba e Brasília, ocorre em frente à Justiça Federal

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Militantes de movimentos populares sustentam vigília por Lula na Praça da Justiça
Militantes de movimentos populares sustentam vigília por Lula na Praça da Justiça - Lucas Calixto

Centenas de pessoas seguem ocupando, desde quarta-feira (11), a Praça General Murilo Borges, onde fica a sede da Justiça Federal, no centro de Fortaleza. Delegações de militantes de movimentos populares continuam chegando da capital e do interior cearense. Mobilizados pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, os manifestantes denunciam o golpe em curso contra a democracia brasileira e reivindicam a liberdade do presidente Lula. Intitulado Acampamento Lula Livre, a iniciativa faz parte da Jornada Nacional de Lutas O Povo Quer Lula Livre.

A organização do acampamento estima que mais de 500 pessoas de 100 municípios do Ceará estejam atualmente na Praça. Segundo Lucas Calisto, do Levante Popular da Juventude, o cotidiano da ocupação é animado. “Acordamos com a alvorada às 6h30. Hoje fizemos uma rádio, teve música, notícia de esportes, entrevistas com acampados e ouvimos programas do Brasil de Fato. Daí tem o café e depois começamos as atividades de formação, de manhã aulas públicas, no almoço atividade cultural e a tarde oficinas, hoje tivemos de vídeo com celular. A noite tem o jantar e atividade cultural com apresentações musicais. Encerramos tudo às 21h30, para dormir e descansar. Tudo aqui é partilhado, dividimos as tarefas e tem a turma da cozinha, da limpeza, da saúde e da segurança entre outras.”

Na programação do acampamento já houve debates sobre a inconstitucionalidade do golpe e a participação da mídia na prisão de Lula. Nesta sexta-feira (13), está marcado um ato ecumênico com a participação de representantes da igreja católica, evangélicos, umbandistas e do candomblé. Nos próximos dias, devem ocorrer oficinas de bordado, de cartazes e de comunicação popular.

A Jornada Nacional de Lutas vai até o dia 17 de abril e os acampados não pensam em deixar a praça. “Ocupar e resistir é o nosso modo de apoiar o melhor presidente que este país já teve. Lula é um preso político, pois não há provas para essa condenação e nem motivo para a prisão em segunda instância. Não desistiremos da luta”, informa Joyce Ramos, da Frente Brasil Popular Ceará.

No sábado (14), o Acampamento Lula Livre recebe a Feira da Reforma Agrária, realizada todos os meses pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST). O tema das atividades durante todo o dia será a homenagem à memória de Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro assassinada há um mês.

Edição: Diego Sartorato