Podcast

Por que Doria tem baixa popularidade na capital, mas soma votos para o governo de SP?

Tucano abandonou Prefeitura no dia 6 de abril, para concorrer às eleições para o Governo do Estado de São Paulo

Dória é rejeitado por 49% do eleitorado da capital, depois da renúncia da prefeitura
Dória é rejeitado por 49% do eleitorado da capital, depois da renúncia da prefeitura - Mídia NINJA
Tucano abandonou Prefeitura no dia 6 de abril, para concorrer às eleições para o Governo do Estado de São Paulo

No último dia 6 de abril, João Doria Jr. abandonou a prefeitura da capital paulista para concorrer ao Governo do Estado de São Paulo. O "gestor" completou apenas 15 meses, de um mandato de 52.

Continua após publicidade

Uma pesquisa do Datafolha, que ouviu 1.954 eleitores entre os dias 11 e 13 de abril, constatou que Doria tem 49% de rejeição na cidade de São Paulo, após a renúncia. No entanto, a apuração também mostrou que o tucano lidera as pesquisas de intenções de voto para o governo do Estado de São Paulo, chegando aos 29%.

O músico André Rosa quer saber como é possível tamanha rejeição na capital, mas uma aceitação tão grande no estado? Para responder a essa questão, o Brasil de Fato conversou com Maria Aparecida de Aquino, professora do Departamento de História da USP, da pós-graduação em História Social.

"Meu nome é André Rosa, eu moro na Casa Verde e eu sou músico. A minha dúvida é a seguinte: ontem saiu a pesquisa DataFolha, apontando o nosso ex-prefeito, João Doria, que abandonou o cargo para concorrer à vaga de governador e nas pesquisas do DataFolha ele teve a maior rejeição, por não ter cumprido o mandato, por ter saído com um ano e meio de governo e ainda assim ele está em primeiro lugar nas pesquisas para governador. Eu queria saber o por quê? Eu não entendo, principalmente este partido, o PSDB, eles têm esse costume, de estarem em um cargo e abandonarem o cargo para concorrer a outro. Eu queria saber por que há tanto tempo eles estão no poder, mesmo não cumprindo o governo deles de 4 anos."


"Eu sou Maria Aparecida de Aquino, professora do Departamento de História da USP, da Pós-Graduação em História Social e respondendo a questão que você faz, André Rosa, eu devo me posicionar da seguinte maneira. Há uma aparente contradição entre você dizer que o indivíduo tem a maior rejeição, no caso João Doria e ao mesmo tempo ele aparece como primeiro colocado nas pesquisas, para ser candidato ao governo do Estado. Uma explicação para esta contradição é a seguinte: para a população não estão consolidadas as outras candidaturas. Então, nós não temos clareza de quem será lançado pelos outros partidos, ao passo que a candidatura de João Dória já está claramente colocada. Ele saiu, ele abandonou a Prefeitura, que tinha sido eleito, ambicionando o governo do Estado. Então consequentemente a população tem claro este nome. No momento em que faz uma pergunta e eles não estão ainda com clareza acerca de todos os candidatos vem o nome daquele que claramente é candidato, no caso, João Doria. Desta maneira essa contradição poderia ter uma explicação."

 

Edição: Camila Salmazio