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Após vitória eleitoral, presidente Nicolás Maduro recebe apoios internacionais

A Venezuela realizou suas eleições neste domingo (20); entre os países que parabenizaram estão a China e a Rússia

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Em discurso, Maduro sinalizou que Venezuela não depende de reconhecimento internacional para respeitar sua própria legislação
Em discurso, Maduro sinalizou que Venezuela não depende de reconhecimento internacional para respeitar sua própria legislação - Ciudad Caracas

Depois da vitória eleitoral de domingo (20), Nicolás Maduro, reeleito como presidente da Venezuela com 68% dos votos, recebeu felicitações de governantes de outras nações, líderes políticos, partidos e movimentos populares. Uma das primeiras autoridades a parabenizar o mandatário venezuelano foi o presidente da Bolívia, Evo Morales. “O povo venezuelano soberano triunfou novamente diante do golpismo e do intervencionismo do império norte-americano. Os povos livres jamais se submetem. Felicitações ao irmão Nicolás Maduro e ao valoroso povo da Venezuela”, publicou em sua conta de Twitter.

O governo de El Saldador, liderado pelo presidente Salvador Sanchez Cerén, divulgou um comunicado reconhecendo o resultado do pleito. “El Salvador felicita a Venezuela e reconhece os resultados das eleições presidenciais”, dizia o título da nota enviada ao governo venezuelano. A nação centro-americana também expressou que “confia que as transformações sociais iniciadas pelo comandante Hugo Chávez não serão interrompidas e que seguirão beneficiando milhões de venezuelanos”.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, se manifestou parabenizando pelo triunfo eleitoral. “O povo bolivariano e chavista demonstrou, mais uma vez, sua determinação em defender o legado de Hugo Chávez, que Maduro tão dignamente representa”.

Já o governo da Rússia enviou um comunicado divulgado pelo embaixador do país na Venezuela, Vladimír Zaemski. “Maduro continuará a política de boas relações com o nosso país. Não há dúvida alguma de que as palavras 'colaboração estratégia' não têm um sentido vazio para ele”. O governo russo enfatizou ainda que manterá e ampliará as relações com a Venezuela.

A China, por sua vez, pediu que respeitem os resultados eleitorais da Venezuela. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Lu Kang, fez uma declaração à imprensa nesta segunda-feira (21). “As partes interessadas devem respeitar a decisão do povo. No caso de haver uma inconformidade, ela deve ser resolvida dentro do marco legal”, expressou o representante chinês.

Governos de direita não reconhecem os resultados

Os governos de 14 países latino-americanos, do chamado Grupo de Lima, divulgaram um comunicado no qual afirmam que “não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral desenvolvido na República Bolivariana da Venezuela”. Entre os países estão o Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Honduras, México, Guiana, Guatemala, Costa Rica, Panamá, Paraguai, Peru, Canadá e Santa Luzia.

A Espanha igualmente se posicionou contra as eleições. O chefe do governo espanhol Mariano Rajoy, do direitista conservador Partido Popular (PP), disse que “vai estudar, junto com a União Europeia, quais as medidas a serem tomadas contra o governo venezuelano”.

Já os Estados Unidos tomou um tom mais duro, respondendo ao resultado eleitoral com mais sanções econômicas. O presidente republicano Donald Trump proibiu os cidadãos norte-americanos de negociar dívida do governo da Venezuela.

Apesar das pressões internacionais, o governo venezuelano ressaltou que as leis do país não dependem do reconhecimento internacional para serem cumpridas. Em sinal de disposição no cumprimento da transparência eleitoral, o presidente Nicolás Maduro anunciou, em seu discurso de vitória na noite do domingo (20), que pedirá ao Conselho Nacional Eleitoral que realize uma auditoria em 100% das urnas, realizando, assim, a recontagem de todos os votos. O sistema eleitoral venezuelano prevê uma auditoria em 54% dos votos.

O líder venezuelano também fez um chamado ao diálogo aos diferentes setores da oposição venezuelana em seu discurso. “Convoco a um grande diálogo nacional”, disse Maduro. Ele enfatizou a necessidade de uma “reconciliação” e de um “diálogo permanente”, entre oposição, empresários e o governo para superar os conflitos internos no país.

Edição: Vivian Neves Fernandes