Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Cidades

SEGURANÇA PÚBLICA

Intervenção militar no Rio começa a ser questionada pelas próprias Forças Armadas

Silvia Ramos, do Observatório da Intervenção, aponta que a medida não contribuiu com a segurança pública do estado

14.set.2018 às 16h20
Rio de Janeiro (RJ)
Jaqueline Deister
Tiroteios saltaram de 3.477 nos seis meses anteriores da intervenção para 4.850 nos seis meses pós-intervenção

Tiroteios saltaram de 3.477 nos seis meses anteriores da intervenção para 4.850 nos seis meses pós-intervenção - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O aumento da violência no estado do Rio de Janeiro colocou em xeque o modelo de intervenção militar adotado para a área de segurança pública e levantou o debate sobre a estratégia mais eficiente para reduzir o índice de criminalidade e de homicídios no Rio. O Brasil de Fato conversou com a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Cândido Mendes, Silvia Ramos, sobre os principais problemas e desafios para tornar a segurança pública do estado mais eficiente.

Na avaliação de Silvia, a intervenção militar está sendo questionada também por quem está dentro das Forças Armadas. "Perceberam que entraram numa fria, que o Temer fez uma medida política que era muito mais um golpe político do que uma preocupação real com os problemas de segurança do Rio de Janeiro e entregou na mão do Exército esse abacaxi", destaca a coordenadora do CESeC, que é o responsável pelo Observatório da Intervenção, iniciativa que monitora os impactos sociais da intervenção no estado. Confira abaixo a entrevista completa:

Brasil de Fato: O questionamento do sucesso da intervenção militar no Brasil já chegou ao próprio Exército. Recentemente o general Villas Bôas declarou, em um pronunciamento, que ‘’as Forças Armadas se sentem sozinhas e que nenhum outro setor empenha-se em modificar os baixos índices de desenvolvimento humano’’. Isso é um reconhecimento de que a intervenção não está funcionando no Rio?

Silvia Ramos: O uso deste dispositivo (intervenção) no Brasil em que o presidente da República faz uma intervenção de uma área em um estado e, no caso do Rio, foi na área da segurança pública e nomeou um oficial das Forças Armadas para comandar a segurança pública acima do próprio governador eleito, tem sido questionado em muitos aspectos. Atualmente, há muitos militares das Forças Armadas, como o general Villas Bôas que declarou que eles estão isolados e nenhum setor se empenha em conjunto com a intervenção. Verificamos que esse modelo está sendo questionado por oficiais das Forças Armadas que percebem que entraram numa fria, que o Temer fez uma medida política que era muito mais um golpe político do que uma preocupação real com os problemas de segurança do Rio de Janeiro e entregou na mão do Exército esse abacaxi e as Forças Armadas não tinham planejamento e nem recurso e agora estão penando por terem aceito essa jogada política em um ano de eleição, num governo em fim de carreira e que tem poucos meses pela frente. 

Segundo o levantamento apresentado pelo Observatório da Intervenção, após os militares assumirem a segurança pública do Rio de Janeiro, houve um aumento exponencial no número de tiroteios que saltaram de 3477 nos seis meses anteriores para 4850 nos seis meses pós-intervenção. Para a senhora, o que tem gerado esse aumento de violência?

Um dos aspectos do período de intervenção é o crescimento dos tiroteios e disparos por armas de fogo que têm sido controlados por dois métodos distintos que chegam as mesmas conclusões. O laboratório de análises chamado Fogo Cruzado e o OTT (Onde Tem Tiroteio) que é um aplicativo e programa de aviso para a população do Rio de onde está tendo tiroteio em áreas do estado e da cidade. Por esses dois sistemas distintos estamos verificando que o período de intervenção em vez de ser um momento de diminuição do sentimento de insegurança, tiroteios e tensão entre quadrilhas, milícias e a própria polícia, tem sido um momento de elevação dessa tensão. As pesquisas mostram que o maior medo da população do Rio de Janeiro, sendo o resultado de 92%, é ficar no meio do fogo cruzado ou ser vítima de bala perdida. Se esse indicador aumentou, é um péssimo dado de segurança que mostra o fracasso da política de segurança pública durante a intervenção.

As violações de direitos durante as operações das forças de segurança nas favelas cariocas são constantemente relatadas por moradores nas redes sociais. Truculência e abuso de poder por parte dos militares estão entre as principais queixas. Para a senhora, o que causa esse alto índice de violação que não é exclusivo do Exército?

As violações não têm sido exclusivas do Exército, pelo contrário, o que a gente verifica é que ações das Forças Armadas, operações conjuntas entre Exército, Polícias Militar e Civil têm levado ao extremo um tipo de prática de segurança pública que já era conhecida no Rio há muitos anos: o predomínio do tiroteio e confronto, essa prática sob a intervenção tem sido radicalizada e aprofundada. A maior evidência disso é o aumento das mortes em decorrência de intervenção policial. Os homicídios se mantêm em patamares altíssimos. As mortes decorrentes de intervenção policial aumentaram quase 40%, as chacinas que são os homicídios múltiplos aumentaram extraordinariamente e outros indicadores como tiroteios e disparo de armas de fogo aumentaram de forma absurda. No centro da política de segurança que chega ao policial na ponta que ele pode e deve fazer o confronto e o tiroteio. Esse tipo de orientação manda recado para o mau policial e é por essa razão que tivemos chacinas cometidas por policiais neste período, a primeira na Rocinha com oito mortos, a segunda na Cidade de Deus com quatro mortos e aquela operação terrível na Maré que matou seis pessoas, entre elas o jovem Marcus Vinicius de 14 anos. O que verificamos é que este tipo de acontecimento corresponde a liberação para os policiais atirarem e depois perguntarem.

Em termos práticos, qual seria o melhor caminho para a segurança pública do estado do Rio de Janeiro? Para onde o investimento deveria ser direcionado?

A violência no Rio tem solução e as coisas não estão melhorando porque as políticas de segurança usadas são erradas. É possível reduzir homicídios e mortes com políticas de segurança que priorizem a elucidação de homicídios e é emblemático que o homicídio de Marielle e Anderson complete seis meses sem elucidação e explicação, todas as chacinas que mencionei não tem elucidação, não sabemos os autores e nem sabemos se pessoas estão sendo punidas. Elucidação de homicídios múltiplos de chacinas são fundamentais para a política de segurança ter sucesso. É essencial também a redução da circulação de armas de fogo. Não adianta combater com fuzil gente que está com fuzil na mão e a população no meio.

Esse tipo de operação com até mil homens em que se trocam tiros o dia inteiro e apreendem no fim do dia duas ou três pistolas e as vezes um fuzil é tudo o que não precisamos. O Rio precisa de políticas de segurança que priorizem a interceptação de fuzis e munições e ela deve se dar fora da favela. É importante também que os policiais deem o exemplo, que se pare o tiroteio e se adotem políticas que desestimulem os criminosos a atirar como primeira opção e a primeira coisa para fazer isso é impedir que o policial chegue atirando como primeira opção. É possível sim ter política de segurança que baixe os tiroteios e os confrontos, reduza a circulação de armas de fogo e a lógica e prática das mortes como política de segurança pública.
 

Editado por: Mariana Pitasse
Tags: riodejaneirosegurança
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

EDUCAÇÃO PÚBLICA

Camilo Santana anuncia financiamento de cursinhos populares em SP em ato que denunciou desmonte do ensino

Escalada de tensão

‘Trump vive da polarização’, diz professor sobre repressão a imigrantes nos EUA

Barco capturado

Itamaraty diz que ativistas sequestrados por Israel estão bem, mas destino é incerto, afirma coordenadora

TRAMA GOLPISTA

Ramagem nega monitoramento ilegal de ministros do STF pela Abin

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Encontros abertos debatem melhorias na rede de assistência social do Recife

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.