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Voto na fé

‘Propostas de Bolsonaro vão contra a Bíblia e Jesus’, afirma pastor anglicano

Para o reverendo Arthur Cavalcante, o candidato do PSL representa uma ameaça ao Estado laico

28.set.2018 às 11h09
São Paulo (SP)
Juca Guimarães
"A gente não vê isso [discurso de Bolsonaro] dentro do evangelho de Jesus", diz.

"A gente não vê isso [discurso de Bolsonaro] dentro do evangelho de Jesus", diz. - Foto: Juca Guimarães/Brasil de Fato

O plano de governo de Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), traz citações bíblicas e slogans de cunho religioso na tentativa de criar um vínculo com o povo cristão.

O mestre em Ciência da Religião Arthur Cavalcante avalia que a campanha de extrema-direita do PSL entra na disputa narrativa da Bíblia para justificar uma posição reacionária.

Durante uma carreata em Campina Grande (PB), em 2017, Bolsonaro negou que o Estado brasileiro seja laico. “Deus acima de tudo! Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria, que for contra, que se mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias”, afirmou o presidenciável na oportunidade.

O Brasil de Fato conversou com o reverendo Arthur Cavalcante, da Paróquia da Santíssima Trindade, que pertence à Igreja Anglicana do Brasil, em São Paulo.

"O que a gente está encontrando são grupos reacionários e não conservadores. O conservador sempre vai ver a questão da Bíblia da mesma forma como foi lida há muito tempo. Mas, ele jamais vai negar o seu direito de pensar diferente. Ele nunca vai dizer que você não tem o direito de pensar. O reacionário não. Ele precisa eliminar. A única verdade é a dele e não a sua. E você tem que se converter à verdade dele", analisa.

Na opinião do reverendo, o comportamento de Jair Bolsonaro é contrário ao que Jesus pregava e o que diz a Bíblia.

Confira a entrevista exclusiva do Pastor Cavalcante:

Brasil de Fato – Qual a realidade das igrejas hoje diante das eleições?
Pastor Arthur Cavalcante – O que a gente está vendo nos movimentos, dentro dos espaços de igrejas, são movimentos reacionários. Mais do que nunca tem que se aproximar sim dos grupos conservadores e mostrar os perigos dessa reação, que não é a dele. É do reacionário. A Bíblia, mais do que nunca, está sendo utilizada assim. Você vê os discursos que estão sendo pronunciados pelos candidatos. Eu vejo colegas pastores e padres se candidatando para os cargos. E usam uma chave que tenta garantir votos. É "família", "tradição" e "Bíblia". Dizem que está tudo errado, que precisam resgatar isso, como se houvesse no passado algo onde tudo isso era muito resolvido. Daí, eu me pergunto: que família é essa que precisa resgatar, que tradição é essa que tentam renovar? E que palavra de Deus é essa que está sendo colocada?

É delicado, como religioso, falar sobre questões políticas?
Como pastor, como reverendo de uma comunidade, eu tenho que preservar este vínculo, cuidar para que certos pronunciamentos não firam as questões partidárias, mas procurar tratar de determinados assuntos que [vão além] da questão de um partido, mas que entram na vida, na sociedade. Tem horas que a gente tem que dar um posicionamento. Falar com mais clareza, de forma mais objetiva.

As propostas do Bolsonaro são alinhadas com o que diz a Bíblia?
O que eu vejo nas propostas deste candidato à Presidência são propostas que vão contra o Estado laico. Contra o que a Bíblia fala sobre a questão de não responder violência com mais violência. O que a gente vê no discurso de um homem desse, e nas pessoas que o estão apoiando, é uma postura que não é a postura religiosa. No sentido de uma religião conservadora ou uma religião libertária. É um discurso de um sistema reacionário que vai invadir os nossos espaços e os nossos direitos.

Como assim?
Porque para existir precisa eliminar o outro. A gente não vê isso dentro do evangelho de Jesus. E o outro tem características dentro deste discurso. O outro é negro, é mulher, é homossexual, é quilombola, é morador de rua. O outro é o que está preso e precisa de reabilitação. Isso é um retrocesso lamentável. 

Como você avalia que a Bíblia está sendo usada nessas eleições?
Olhando o plano de governo do candidato [Bolsonaro], ela está lá. Tinha até citação da Bíblia no rodapé. Na abertura do plano de governo, está escrito 'conhecerei a verdade e a verdade vos libertará', em referência ao texto bíblico do evangelho de João.
A questão da religião é que ela sempre foi utilizada como um escudo para defender este ou aquele projeto, independentemente de partido. Mas, ela é usada também em lutas libertárias para defender as questões sociais, particularmente na Igreja Anglicana. Durante a revolução industrial havia uma crítica de muitos pregadores anglicanos contra o que estava acontecendo na vida do trabalhador e da trabalhadora.

Como a igreja se engajou em lutas libertárias?
A igreja se engajou, claro que dentro dela havia pessoas que achavam que isso não iria interferir. Como também houve a crítica à escravidão nas colônias. A crítica foi ferrenha, tanto que a Inglaterra teve que dar um passo para a retirada da escravidão. Na época da segregação racial, Martin Luther King, era um pastor batista e usou a questão da religião como uma chave de leitura para a libertação deste sistema opressor, que fazia a diferenciação dos seres humanos. 

"Alguns grupos trabalham essa questão da religião como uma chave para desmontar um discurso opressor"

Mais recentemente, na temática das mulheres, alguns grupos como as "Católicas pelo Direito de Decidir", que trabalham essa questão da religião como uma chave para desmontar um discurso opressor. A questão LGBT também. Há grupos que se formam na sociedade, inclusive dentro das igrejas conservadoras, para desmontar essa lógica. 

E em relação ao uso da Bíblia para sustentar a campanha?
A gente vive em um momento onde há uma disputa da Bíblia. Tem que ser coerente na hora de interpretar este ou aquele texto. Da mesma forma que a gente interpreta algo que nos favorece, a gente tem que ver as outras opções. Porque essa interpretação não é usada para outros argumentos?

Então existe má-fé por parte dos candidatos?
Há um pouco de incoerência na hora de interpretar a Bíblia e também de má-fé. A má-fé é algo que está presente sim. As pessoas usam determinados textos para justificar o seu preconceito, o seu jeito de pensar… não conservador, mas sim reacionário. O que a gente está encontrando são grupos reacionários e não conservadores. O conservador sempre vai ver a questão da Bíblia da mesma forma como foi lida há muito tempo. Mas, ele jamais vai negar o seu direito de pensar diferente. Ele nunca vai dizer que você não tem o direito de pensar. O reacionário não. Ele precisa eliminar. A única verdade é a dele e não a sua. E você tem que se converter à verdade dele. 

"O reacionário precisa eliminar. A única verdade é a dele e não a sua. E você tem que se converter à verdade dele"

Isso acontece em muitas igrejas?
Não é uma coisa só de cristão. Eu, como um cientista da religião, vejo que no próprio Congresso [Nacional] há alinhamentos cristãos e de pessoas de outras religiões que defendem temáticas autoritárias sobre a vida das pessoas e sobre os corpos das pessoas. No século passado, se pensava que a religião era um capítulo já virado e que o Estado já era laico. Se descobriu, no entanto, que a religião ainda tem influência na vida do povo e do Estado. Ela está mais viva do que nunca. Ela não segue um elemento que foi anterior. A religião é dinâmica. Ela se altera, se modifica, dialoga. Ela tenta se refazer. É algo presente. Isolar a religião, para muitos que apoiam o Estado laico, não é uma solução que resolve o problema das questões que envolvem as políticas públicas.

O que pode ser feito?
Precisa trazer a religião para dentro do Estado laico. O Estado laico não é um Estado ateu. É um Estado que não confessa uma religião. Ou seja, ninguém é excluído. Se o Estado confessa uma religião, as outras são excluídas. O Estado laico vai governar com todo mundo: com o ateu e com o religioso. Todo mundo vai participar deste processo. E todo mundo, de alguma forma, vai ser protegido pelo estado. Com seus direitos e garantias.

Editado por: Cecília Figueiredo
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