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Eleonora Menicucci homenageia companheira de luta Amelinha Teles na Rádio BdF

Ex-ministra falou sobre a ditadura no Brasil e afirma que precisamos encarar este passado

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Eleonora Menicucci fala sobre a Ditadura e as perspectivas para a eleição
Eleonora Menicucci fala sobre a Ditadura e as perspectivas para a eleição - José Eduardo Bernardes/Bdf
Ex-ministra falou sobre a ditadura no Brasil e afirma que precisamos encarar este passado

O programa No Jardim da Política, da Rádio Brasil de Fato, desta quinta-feira (25), a três dias do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, contou com forte presença feminina.

A socióloga e ex-ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres do governo Dilma Rousseff (PT), Eleonora Menicucci, e a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) foram entrevistadas pelos jornalistas Nina Fideles e Leonardo Fernandes, e falaram sobre o combate ao machismo e ao racismo, o futuro da democracia e as eleições de domingo (28).

A ex-ministra iniciou sua entrevista fazendo uma homenagem a Amelinha Teles, escritora e militante que foi torturada durante a ditadura militar (1964-1985). Teles ofereceu um depoimento sobre sua experiência durante a resistência ao regime militar para a propaganda eleitoral do candidato a presidente Fernando Haddad (PT), na qual contou como foi torturada pelo coronel Ustra.

Eleonora, que também passou por sessões de torturas durante o governo militar no Brasil, fez questão de exaltar a posição firme da companheira de luta pela democracia no país. "Amelinha Teles entregou a vida inteira dela pela causa e está sendo ameaçada agora por fake news e pelas redes sociais", lamentou. Ela reforçou ainda que é importante discutir a ditadura sempre, já que trata-se de um capítulo da história do país que ainda não foi analisado como deveria.

"Chile e Uruguai deram conta do passado porque olharam para ele. É por isso que nós temos que discutir muito isso, porque a única presidenta que mexeu nisso foi a Dilma. Foi um processo perigoso, mas foi importantíssimo. A Comissão da Verdade botou a mão em muitas feridas. Eu avalio isso como algo de alta positividade porque foi ali que permitiu-se discutir um passado recente. Porém, também acho que isso foi um dos elementos que fez o governo cair. Neste momento eleitoral precisamos dar as caras novamente, precisamos lembrar o passado para não repetir ele agora. E domingo já está aí", relembrou, se referindo ao segundo turno das eleições presidenciais.

A ex-ministra também ressaltou a importância das políticas públicas direcionadas às mulheres implantadas pelos governos Lula e Dilma. Entre os avanços, Eleonora ressaltou a criação da Lei Maria da Penha, que tipificou a violência doméstica e sexual como crimes. Em comparação, a ex-ministra criticou os retrocessos do governo de Michel Temer (MDB) para as mulheres e apontou Bolsonaro como uma continuação piorada do atual governo.

Outro destaque do programa No Jardim da Política também foi a denúncia contra a censura ao jornal Brasil de Fato, com a apreensão de tabloides no Rio de Janeiro pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), neste sábado (20).

Em uma disputa eleitoral permeada por partidarismo do Poder Judiciário e fake news, o correspondente do Brasil de Fato em Brasília, Rafael Tatemoto, comentou a atitude da Justiça brasileira em relação ao escândalo da campanha de Jair Bolsonaro de Caixa 2.

"A Justiça Eleitoral não tem trabalhado para combater as notícias falsas e esse esquema de campanha digital", afirma. Ele também critica o posicionamento de Rosa Weber ao dizer que a presidenta do TSE age como se tudo estivesse na normalidade, sendo que milhões de brasileiros tiveram acesso às fake news e foram influenciados durante a campanha eleitoral de forma ilegal. 

O programa No Jardim da Política estreou no dia 30 de agosto na Rádio Brasil de Fato. Acompanhe ao vivo, todas quintas-feiras, às 14 horas, reportagens e entrevistas com políticos e analistas sobre as eleições gerais, a política nacional e a cobertura midiática.

Edição: Diego Sartorato