Paraná

Moda

Vestir é também um ato político

Estilistas curitibanos utilizam técnicas artesanais, pintura e aproveitamento de resíduos

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Para eles, uma roupa pode ser um ato político ao transmitir mensagens.
Para eles, uma roupa pode ser um ato político ao transmitir mensagens. - Divulgação

Responsável por figurinos de artistas como Letícia Sabatella e a cantora Elza Soares, a marca curitibana H-AL traz o conceito de “arte vestível”, com um trabalho de compor roupas baseado em eco design e na possibilidade de transmitir conteúdos através do corpo de quem veste.

Os artistas curitibanos Alexandre Linhares e Tifany F são os idealizadores da marca desde 2007, após um percurso pelo mercado da moda e design. Alexandre é formado em design de produto pela Universidade Federal do Paraná e começou a carreira pintando camisetas e vendendo aos amigos. Já Tifany, desde muito nova, trabalhou no comércio. 

Para eles, uma roupa pode ser um ato político ao transmitir mensagens. “Fazemos no tecido o mesmo que é feito em uma tela de pintura, numa performance ou numa peça de teatro. É um objeto de arte que pode ser vestido,” explica Alexandre, que diz ser a pintura algo que remete à sua infância. Para Tifany, “as roupas que fazemos são peças que abrem diálogos e questionam. Nossas coleções já trouxeram questionamentos sobre alimentos transgênicos, por exemplo.  

As coleções da marca trazem sempre temas instigantes e geralmente apresentadas de diferentes formas. “Estamos há 11 anos sem nos rendermos a imposições do mercado. Já levamos desfiles para calçadas do centro da cidade para falar do fechamento de cinemas de rua, para dentro de teatro e agora da 25ª edição da Bienal de Curitiba, no MON,” diz Linhares. 

A abertura na Bienal foi uma performance com a  Curitiba Cia. de Dança. A apresentação foi feita com um outdoor têxtil, na qual fatias de bordados estabelecem diálogos de uma mesma paisagem, totalizando oito diferentes visões de mundo. 

 

Edição: Laís Melo