Paraná

Privatização

Governadora do Paraná quer privatizar presídios e agentes penitenciários são contra

Sindicato está organizando mobilização para pressionar, na próxima segunda (17), pela aprovação de emenda contrária

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Proposta cria o  Programa de Parcerias do Paraná (PAR), estabelecendo normas para a desestatização
Proposta cria o Programa de Parcerias do Paraná (PAR), estabelecendo normas para a desestatização - Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Nesta semana, o Governo do Estado do Paraná encaminhou para votação na Assembleia Legislativa, em regime de urgência, um projeto que prevê a possibilidade de privatização no sistema penitenciário no Paraná. Agentes penitenciários são contrários e já se mobilizam para o dia da votação, próximo dia 17. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná encaminhou ao deputado estadual Claudio Romanelli (PSB) uma proposta de emenda substitutiva ao Art. 55. O parlamentar se comprometeu em apresentar para votação em Plenário.

A proposta enviada pela Governadora Cida Borghetti (PP), no apagar das luzes, já no final do ano para passar o bastão ao próximo Governador, Ratinho JR (PSD), cria o Programa de Parcerias do Paraná (PAR), estabelecendo normas para a desestatização e contratos de parceria no âmbito da administração pública executiva estadual.

No Art. 55, o PL 586/18 dispõe que “será admitida, no âmbito das PPPs [Parceria Público Privada], a transferência de atividades técnicas de suporte ao poder de polícia (...) serviços gerais de suporte ao funcionamento de penitenciárias, inclusive aqueles atinentes à segurança interna do presídio”. Ou seja, prevê que a atividade penitenciária, que é de competência exclusiva do Estado, possa ser executada por empresas privadas

Mobilização

A proposta do SINDARSPEN é de que os serviços possíveis para terceirização no sistema penitenciário se atenham às atividades instrumentais e complementares, como, por exemplo, administrativo, manutenção e conservação das unidades e dos veículos. 

O substitutivo também deixa expresso que são funções indelegáveis dos servidores públicos as atribuições de segurança externa e interna dos estabelecimentos penais, custódia, disciplina, escoltas, vigilância, recaptura de presos, vistorias manuais ou com equipamentos, monitoramento eletrônico, controle de motins e rebeliões, identificação e qualificação de pessoas, assim como as de assistência social, jurídica e à saúde dos presos. A entidade já está articulando com os deputados estaduais de todas as bancadas a aprovação da emenda contrária à privatização nos presídios.

Na segunda-feira (17), o projeto voltará à pauta da Comissão de Finanças, após o pedido de vista feito nesta quinta pelo deputado Tadeu Veneri (PT). Se aprovado, o PL 586/2018 será votado pelo Plenário da Assembleia ainda na segunda-feira.


 

Edição: Lais Melo