Arte na periferia

PerifaCon: evento gratuito promove cultura geek na favela

Iniciativa de moradores do Capão Redondo quer quebrar barreiras culturais e democratizar a cultura pop

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O projeto PerifaCon terá sua primeira edição no Capão Redondo, mas pretende chegar em outras regiões de SP
O projeto PerifaCon terá sua primeira edição no Capão Redondo, mas pretende chegar em outras regiões de SP - Divulgação / PerifaCon

Com a intenção de democratizar a produção geek e a cultura pop, a PerifaCon surge a partir do questionamento sobre a falta de eventos com essa temática nas periferias de São Paulo. O evento acontece no dia 24 de março, na Fábrica de Cultura do Capão Redondo, na zona sul da cidade. A ideia é disponibilizar palestras e oficinas gratuitas, além de uma feira de artistas com produções a preços populares.

O evento propõe o debate sobre a dificuldade de produção de história em quadrinhos (HQs) longe dos grandes centros, os incentivos, e a realidade do mercado nacional e internacional, promovendo uma interação direta entre a periferia e a produção independente de HQ e a quebra de barreiras culturais.

De acordo com Mateus Ramos, um dos idealizadores do projeto, o recorte de gênero, raça e classe também é um dos pontos centrais da iniciativa, que busca também incluir pautas LGBT+ na programação: “É preciso levantar esse debate sobre como esse público é marginalizado na cultura pop, mesmo sendo um consumidor. Um consumidor periférico.”

A programação contará com oficinas de tecnologia e quadrinhos, feira com artistas independentes e editoras, e os debates Produtividade e Representatividade Negra nos Quadrinhos com a quadrinista Marília Marz e a artista Lya Nazura, e Produção Independente e Editorial: Qual rumo seguir? com os quadrinistas Daniel Esteves e Lila Cruz.

“Queremos dar acesso às pessoas que não têm 170 reais para pagar em uma Comic Con [feira internacional de cultura geek que acontece também em São Paulo]. Que tenham pelo menos o mínimo dessa experiência aqui na quebrada”, afirma Ramos, que espera que o projeto possa ser rotativo, chegando em outras periferias de São Paulo. Durante o ano, a ideia é que hajam eventos menores em escolas e casas de cultura.

Com a programação gratuita, os idealizadores criaram uma campanha de financiamento coletivo aberta até o dia 28 de janeiro para arcar com as despesas das palestras, divulgação e materiais da feira e para uma possível segunda edição. Artistas que queiram expor devem preencher o formulário de inscrição e aguardar o contato.

Confira aqui o evento da Perifacon no Facebook e assista abaixo o vídeo de um dos idealizadores do projeto, Matheus Polito, sobre o financiamento coletivo:

 

 

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira