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Em Curitiba, “Mães pela Diversidade” pedem criminalização da homofobia

Brasil é o país que mais mata transexuais, segundo dados da ONG Transgender Europe

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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As “Mães pela Diversidade” do Paraná, organização não governamental, acompanhou o julgamento na Boca Maldita
As “Mães pela Diversidade” do Paraná, organização não governamental, acompanhou o julgamento na Boca Maldita - Ana Carolina Caldas

Nessa quarta-feira (13) o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de duas ações que pedem a criminalização da LGBTfobia. Uma delas é a MI 4733, feita pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexos (ABGLT), a outra é a ADO 26, que pretende que esses crimes de ódio sejam tratados com a mesma seriedade como os casos enquadrados na Lei de Racismo.

As “Mães pela Diversidade” do Paraná, organização não governamental, acompanhou o julgamento na Boca Maldita, no centro de Curitiba. A manifestação reuniu, além das mães, filhos e filhas, simpatizantes da causa e parlamentares apoiadores. Marise Félix da Silva, uma das organizadoras do evento, disse que “o objetivo de se estar na rua é que o Congresso Federal tem empurrado há 6 anos com a barriga a decisão sobre tornar crime a homofobia. A legislação é muito importante porque não temos nenhuma lei, de fato, que proteja nossos filhos”.

O terror que leva à luta

Mãe de um homem trans de 30 anos, Marise conta que o sentimento que une as mães e filhos nesta mobilização é de terror. “Mas este terror leva a gente para luta. Quero colocar minha cabeça no travesseiro e saber que meu filho pode sair, que meu filho vai conseguir trabalho, que vai poder namorar como qualquer outra pessoa”.

Este também é o motivo que levou a psicóloga Denise Vilarim para esta luta. Mãe de um filho bissexual, de 24 anos, que chegou a ser agredido na saída da faculdade onde cursa mestrado, diz ter buscado na ONG, um porto seguro. “Meu filho foi agredido por grupos violentos que não aceitam a diferença, criou uma síndrome do pânico. Fui na internet procurar quem estivesse passando pelo mesmo que eu e ele. Por isso, há um ano resolvi me unir a este grupo que é hoje um porto seguro para mim”.  Emocionada finalizou seu depoimento dizendo que “o sentimento é o medo de perder uma vida que gerei, que eu pari. O sentimento diário é de injustiça”.

Atualmente a ONG Mães pela Diversidade, em Curitiba, tem 18 mulheres em sua coordenação e o objetivo é ampliar e dar mais visibilidade.

Votação será realizada nesta quinta

O ministro Celso de Mello, que presidiu o debate sobre o tema no plenário do STF anunciou que a votação acontecerá nesta quinta, 14, em sessão extraordinária. As ações protocoladas pedem que o STF torne crime os atos de discriminação e violência contra a população LGBT. Os ministros Edson Fachin e Celso de Mello são os relatores.

 

Edição: Laís Melo