Paraná

Racismo

MP-PR indicia estudante paranaense que fez vídeo incitando violência contra negros

Na época, o jovem foi desligado do escritório de advocacia que trabalhava

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, onde o jovem cursa Direito, chegaram a fazer um protesto
Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, onde o jovem cursa Direito, chegaram a fazer um protesto - João Pinheiro | Divulgação

Nesta semana, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia criminal contra o estudante de direito, Pedro Bellintani Baleotti, qualificando sua atividade como crime. No segundo turno das eleições de 2018, o paranaense de Londrina divulgou um vídeo, vestindo uma camiseta com a foto de Bolsonaro, em que dizia que era hora de “matar a negraiada”, além de dizer que com o resultado das eleições estaria “armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”.

De acordo com a denúncia do MP-PR, o jovem praticou crime de racismo, “desejando a morte das pessoas negras” e contribuindo “para incitar a discriminação contra os negros […], proferindo palavras impróprias e pejorativas”. Ele responderá pela prática do crime de racismo qualificado, que prevê pena maior (reclusão de dois a cinco anos e multa), de acordo com o parágrafo 2º do artigo 20 da Lei do Racismo (Lei Federal nº 7716/89), na medida em que “a discriminação e o preconceito de raça e de cor” foram praticados por intermédio de meios de comunicação social, provocando grande repercussão social.

O vídeo foi divulgado no dia 28 de outubro, quando Pedro, que atualmente reside em São Paulo, se encaminhava para o local de votação. Na ocasião, ao tomar conhecimento do caso, o escritório de advocacia onde Pedro era estagiário o desligou do seu quadro de funcionários.  Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, onde o jovem cursa Direito, chegaram a fazer um protesto contra o vídeo do colega reunindo mais de 500 alunos que exigiram um posicionamento da faculdade para conter as declarações racistas.

Edição: Laís Melo