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Transporte Coletivo

Curitiba: Adiado aumento de passagem que beneficia donos de empresas de ônibus

Liminar foi concedida pela Justiça suspendendo tarifa de R$ 4,50 até 25 de março

Curitiba |
Contra o aumento da tarifa , movimentos sociais, estudantes e apoiadores realizaram protesto na terça, dia 26, no centro da cidade
Contra o aumento da tarifa , movimentos sociais, estudantes e apoiadores realizaram protesto na terça, dia 26, no centro da cidade - Giorgia Prates

O aumento das passagens de ônibus, que entraria em vigor nesta quinta, dia 28, foi adiado pela justiça. O juiz de Thiago Flôres Carvalho concedeu liminar em ação movida pela vereadora professora Josete (PT) e pelo deputado estadual Goura (PDT), suspendendo o reajuste  até 25 de março. A decisão aconteceu um dia após a realização de protesto contra o aumento da tarifa organizado por movimentos sociais e estudantes. O ato aconteceu nesta terça, dia 26, na Praça Rui Barbosa. 

Na decisão o juiz considerou pequeno o prazo entre o anúncio da decisão pela prefeitura e sua implementação.“só divulgação de novo valor, todavia, desacompanhada de prazo razoável para que o consumidor possa planejar suas finanças, não atende a essas diretrizes”, escreveu.

Passagem mais cara do Brasil

O aumento nas passagens dado pelo prefeito Rafael Greca aos donos das empresas de ônibus torna a passagem em Curitiba a mais cara entre as capitais brasileiras. Superando cidades como São Paulo, que têm sistemas integrados ao metrô e ônibus que percorrem distâncias muito maiores.

Além do preço recorde, prefeitura e estado ainda repassarão R$ 200 milhões como subsídio pela “tarifa técnica”. O deputado estadual Goura (PDT), presente no ato contra o aumento da tarifa, lembrou que  a licitação que beneficiou as empresas vem sendo questionada. “Pelo Tribunal de Contas em 2010, pela CPI do Transporte na Câmara Municipal de Curitiba, em 2013, e pelo Ministério Público (MP-PR) no ano passado, que pediu que o contrato fosse anulado e feito um novo processo licitatório em Curitiba”. Em agosto de 2018, o MP-PR apurou a partir da Operação Riquixá, que diferentes empresas do mesmo grupo familiar fraudaram licitações, entre elas, a de Curitiba, combinando preços e divisões de lotes de concessões de transporte público, com o intuito de manter o domínio da execução da atividade na capital paranaense.

A vereadora Professora Josete (PT) pretende também pedir explicações do secretário de Finanças de Curitiba sobre esses milhões que devem ser repassados pela Prefeitura aos empresários do transporte coletivo. “Vou pedir que mostrem da onde sairá esse valor, já que não estava no orçamento”, disse. Dos 200 milhões de subsídio para garantir o pagamento da tarifa técnica, 150 virão do Governo do estado e 50 milhões sairão da Prefeitura de Curitiba.

Contra o aumento

Em protesto contra o aumento da tarifa e o repasse milionário aos empresários, movimentos sociais, estudantes e apoiadores realizaram na terça, dia 26, manifestação na Praça Rui Barbosa, centro da cidade. Entre as várias reivindicações feitas, o movimento pede o congelamento da tarifa e o cancelamento do atual contrato  entre a prefeitura e as empresas que operam o sistema de transporte coletivo em Curitiba. 

Edição: Fredi Vasconcelos