Europa

Parlamento britânico rejeita segundo referendo e vai pedir à UE para atrasar Brexit

Segundo a moção, se um plano for aprovado até 20 de março, a prorrogação terá um caráter técnico e irá para 30 de junho

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May foi forçada a aceitar a prorrogação do prazo, uma vez que sua proposta para a saída do bloco foi rejeitada
May foi forçada a aceitar a prorrogação do prazo, uma vez que sua proposta para a saída do bloco foi rejeitada - Foto: UK Parliament/Jessica Taylor

O Parlamento do Reino Unido rejeitou, nessa quinta-feira (14), a realização de um segundo referendo para o Brexit e aprovou a prorrogação do prazo para a saída do país da União Europeia. 

A moção aprovada teve 413 votos a favor e 202 contrários. Ela determina que o governo britânico deverá pedir à UE uma extensão do prazo para o Brexit, que estava previsto para o dia 29 de março.

A primeira-ministra Theresa May foi forçada a aceitar a prorrogação, uma vez que sua proposta para a saída do bloco foi rejeitada pela segunda vez, na última terça-feira (12).

De acordo com a moção aprovada, se um plano para o Brexit for aprovado até o dia 20 de março, a prorrogação terá um caráter técnico e será alterada para o dia 30 de junho. 

Entretanto, se o governo não conseguir aprovar um plano até o prazo estabelecido, uma data limite para o Brexit poderá envolver um longo período de tempo.

Embora tenha sido aprovada pelo Parlamento britânico, a medida deverá ser aprovada pelos 27 países que compõe o bloco europeu. Segundo o jornal The Guardian, os líderes dos países da UE devem decidir de forma unânime para que a prorrogação aconteça.

Ainda de acordo com o jornal, deve acontecer uma cúpula entre todos os chefes de Estado do bloco no dia 21 de março, embora o Reino Unido ainda deva pedir formalmente a extensão do prazo.

Segundo referendo e controle do Parlamento

A Casa também votou uma emenda para a realização de um novo referendo, que foi derrotada por 334 votos a 85. A medida foi proposta pela parlamentar Sarah Wollaston, antiga conservadora que agora trabalha pelo Grupo Independente. Entretanto, ela foi assinada por mais de 30 congressistas e apresentada como uma emenda de vários partidos.

A proposta buscava a realização de um segundo referendo para o Brexit e, se fosse aprovada, anularia outras emendas que foram votadas nessa quinta-feira (14).

Uma delas foi a chamada emenda Benn, apresentada por membros de diversos partidos, que buscava conceder mais controle do Brexit para o Parlamento. A medida foi rejeita com apenas dois votos de diferença, por 314 a 312.

"No deal" e segunda derrota de May

O Parlamento britânico rejeitou nessa quarta-feira (13) a proposta de sair da União Europeia sem um acordo, o "no deal-Brexit". Por 321 a favor e 278 contra, os parlamentares barraram a emenda, o que abriu caminho para a prorrogação que foi aprovada na quinta.

A rejeição do "no deal-Brexit" e a prorrogação do prazo foram impulsionadas pela segunda derrota da proposta da premiê Theresa May para a saída do bloco europeu.

A votação terminou com o placar de 391 votos contrários contra 242 a favor. Após a votação, a primeira-ministra afirmou que está empenhada em entregar o resultado do Brexit, mas acredita que "a melhor maneira de fazer isso é deixar [a UE] de forma ordeira com um acordo". "Ainda acredito que existe uma maioria na Casa para isso", disse.

Edição: Opera Mundi