Paraná

PRISÃO POLÍTICA

Plenária organiza comitês pela liberdade de Lula por todo o Paraná

No próximo 19 de maio, acontecerá o primeiro "mutirão Lula Livre" no Brasil e no Mundo

Brasil de Fato I Curitiba |
Estratégias de organização e reflexões sobre a conjuntura foram debatidas
Estratégias de organização e reflexões sobre a conjuntura foram debatidas - Ana Carolina Caldas

“Eles querem Lula preso porque não querem livre o único que pode reunificar o povo contra o projeto de venda do país e de perda de direitos dos trabalhadores”, disse o jornalista Breno Altman, do Comitê Nacional Lula Livre, nesta quarta 10, em Curitiba, durante a Plenária Popular para organização da Campanha Lula Livre no Paraná. Fizeram parte da mesa de abertura, além de Altman, também a professora de história Silvia Ferraro, da Frente Povo sem Medo e do Psol, ao lado do advogado de Lula, no Paraná, Manoel Caetano.

Estiveram presentes representantes de diversos movimentos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Levante Popular da Juventude, professores estaduais organizados na APP-Sindicato e movimentos de luta por moradia, e mais PT, PcdoB, Psol e Consulta Popular.

Numa quadra de esportes repleta de militantes e simpatizantes à causa Lula Livre, estratégias de organização e reflexões sobre a conjuntura foram debatidas. A plenária definiu pela organização de Comitês Lula Livre por todo o estado, com a realização de atividades culturais e atos inter-religiosos, a exemplo do que acontece na Vigília Lula Livre, em Curitiba.

Por que Lula Livre

Breno Altman informou sobre a organização da campanha nacional e internacional pela liberdade de Lula que consiste, além do trabalho dos setores da comunicação, jurídico e político, na mobilização nas ruas do país e no mundo. “Vamos romper a bolha todos os dias. Olho no olho com a população porque é preciso informar por que Lula está preso e por que defendemos sua liberdade”, defende. Já está marcado para o dia 19 de maio um grande Mutirão Lula Livre para distribuição de materiais nas ruas no Brasil e em várias cidades no mundo.

Liberdade de Lula para reunificar o povo

Para Breno, “quando o poderoso não tem argumentos, apelam para o jogo sujo. Um processo jurídico todo sem provas, mas que fez Lula preso político para que ele não ameace o projeto de destruição dos direitos dos trabalhadores agora capitaneado pelo governo Bolsonaro”, afirma.

Já a professora de história, Silvia Ferraro reforçou a tese que Lula ameaça o projeto neoliberal. “Desde o golpe que tirou Dilma da presidência, existe em curso um aprofundamento no neoliberalismo em algumas vertentes. Uma delas é a destruição dos direitos sociais, na educação, na degradação do SUS e o empobrecimento da população via Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. A outra vertente é a venda do país e a expropriação das riquezas naturais, com o pré-sal, Amazônia, entre outros ataques”.

Processo não é jurídico, é politico

Para falar sobre a situação jurídica do ex-presidente Lula, o advogado e professor de Direito, Manoel Caetano, criticou a situação prisional de Lula e afirmou que “Não há dúvidas que este processo não é jurídico, é político. E o maior e melhor advogado será sempre o povo na rua”, disse. 

Caetano reiterou que nenhum dos processos que condenam Lula apresentam provas. “Dizem que ele seria dono do tríplex, mas não há nenhum contrato. Lula esteve um dia para dizer que não gostou do imóvel e nunca mais apareceu. Porém, o processo o condena alegando que ele teria ganho o imóvel como propina”, explicou o advogado. “O outro processo fala sobre o Sitio de Atibaia, dizendo que a reforma do mesmo teria sido feita por uma empresa beneficiada pelo governo. Mas sem provas”, afirma. Caetano lembra que o dono do Sitio de Atibaia, Jacob Bittar, é amigo de Lula desde 1980 e que desde este tempo as famílias frequentam as casas uma da outra. “Jacob já morou com o Lula. E Lula frequentava o sítio do amigo”, aponta.

Já o último processo, mais atual, diz que uma empresa teria doado um terreno ao Instituto Lula, como propina. “Para vocês terem uma ideia do absurdo, que não tem nenhum documento que prove e hoje neste terreno tem uma concessionária”, aponta.

Manoel disse que em toda sua vida como advogado, nunca viu um processo tão cheio de ilegalidades. “Lula tinha o direito de aguardar os julgamentos em liberdade. Mas, como já foi dito aqui, o objetivo era tirar Lula das ruas e antes do processo eleitoral. Sendo assim, o processo foi escandalosamente acelerado como nunca na justiça brasileira, para que Lula fosse preso antes das eleições”, denuncia.

Edição: Pedro Carrano