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Flagrante de 39kg de coca na comitiva de Bolsonaro foi "falta de sorte", diz Heleno

General chefe da segurança do presidente isentou-se de responsabilidade no episódio, jogando a culpa na Aeronáutica

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Para general Augusto Heleno, flagrante de tráfico internacional na comitiva foi "um fato muito desagradável"
Para general Augusto Heleno, flagrante de tráfico internacional na comitiva foi "um fato muito desagradável" - Antonio Cruz | Agência Brasil

A descoberta de um esquema internacional de tráfico drogas operando na comitiva do presidente Jair Bolsonaro, com a prisão em flagrante de um sargento da Aeronáutica que portava 39 quilos de cocaína, foi classificada pelo general Augusto Heleno – chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da |Presidência – como “falta de sorte”.

A prisão aconteceu na quarta-feira (26) em Sevilha (Espanha), para onde se deslocou o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) utilizado como apoio da viagem presidencial de Bolsonaro ao Japão, onde ocorre uma reunião do G-20. A tripulação deste avião permaneceria na cidade espanhola, aguardando as escalas de ida e volta da aeronave principal.

“Podia não ter acontecido, né? Foi uma falta de sorte acontecer exatamente na hora de um evento mundial e acaba tendo uma repercussão mundial que poderia não ter tido. Foi um fato muito desagradável para todo mundo”, disse Heleno ao chegar a Osaka junto com o presidente.

O general do Exército – que em tese deveria cuidar do aparato que cerca Bolsonaro – isentou-se de responsabilidade e jogou a culpa na Aeronáutica. “A revista de passageiros e de malas para os aviões da FAB são encargo da FAB, que não é subordinada a mim. Então o GSI não tem nada que ver com isso, zero", afirmou.

Alegando que o tráfico de drogas é um problema “mundial”, Heleno também tentou minimizar o estrago do episódio para a imagem do Brasil. “Se mudar isso aí a imagem do Brasil por causa disso, realmente só se a gente não estivesse sabendo da quantidade de tráfico de drogas que tem no mundo. É mais uma”, disse.

Sobre a irritação demonstrada por Bolsonaro ao desembarcar no Japão, Heleno afirmou que isso tem a ver com os problemas enfrentados para aprovação de projetos no Congresso.

“Ele está preocupado porque tem uma série de coisas ocorrendo lá no Congresso e é lógico que ele, de longe, sempre é mais difícil de tomar conhecimento do que está acontecendo. Ele está preocupado, mas não está aborrecido não”, afirmou.

Edição: João Paulo Soares