Sem reposição salarial desde 2016, o funcionalismo público do Paraná reivindica o pagamento de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses. As perdas acumuladas passam de 17%. De acordo com estudos do Fórum de Entidades Sindicais (FES), com base em dados do próprio governo, da Secretaria da Fazenda, há receita para pagar. Em março, a imprensa oficial divulgou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.
Após dialogar apenas com os representantes das polícias, o Governador Ratinho Junior, nesta quarta, 03, apresentou à imprensa e não aos servidores públicos, a proposta de parcelamento da data base, pagando 0,5% de reposição em outubro e 4,5% parcelado em três anos. Imediatamente após o anúncio, cerca de 1mil servidores que estavam em frente ao Palácio Iguaçu, se revoltaram e começaram a gritar; “ A greve continua”
Para a professora Marlei Fernandes, do Fórum das Entidades Sindicais (FES), a proposta é indecente. “Não é possível aceitar parcelamento de uma dívida que se arrasta desde 2016. A proposta que o Governador do Paraná apresentou é indecente.” Para a professora, além de ser inadmissível, a proposta não detalha como será feito este pagamento. “No ano que vem tem já outra data base para ser paga. Ano que vem tem nova inflação. Nada disso está previsto. A greve continua até que uma proposta decente seja apresentada. O que é pedimos é um direito nosso. ”
Além do parcelamento, o Governador também propôs a retirada da licença prêmio dos servidores, o que foi mais uma surpresa negativa do pacote de propostas apresentado pelo governo. Na quarta feira a tarde, pela primeira vez o Governo, através da Casa Civil, abriu mesa de negociação com os servidores e ficou de apresentar nova proposta. Na semana passada, Ratinho Junior havia dito que “não negociaria com quem está em greve. ”
Edição: Redação