América Latina

Artigo | Simón Bolívar e o ideário de soberania latino-americana

24 de julho, aniversário de 236 anos do libertador da América

Brasil de Fato | Natal (RN) |
 A figura do general ajuda a fundamentar até hoje princípios que norteiam a defesa da liberdade, justiça e soberania nacional
A figura do general ajuda a fundamentar até hoje princípios que norteiam a defesa da liberdade, justiça e soberania nacional - Reprodução

A história da América Latina é marcada pela trajetória de submissão, invasões estrangeiras e exploração da nossa terra e gente, mas também pela resistência popular. Um dos personagens históricos que mais contribuiu com as ideias de independência e fortalecimento da América Latina foi Simón Bolívar, também conhecido como “o libertador”, general, filho da elite, que junto ao povo de diferentes países sul-americanos travou e liderou guerras com o objetivo de livrar a região do poderio espanhol ao longo do século dezoito.
Durante sua formação, Bolívar teve contato com as ideias mais avançadas do período em que viveu. Participou de movimentos que pregavam maior liberdade econômica e política para o povo, incluindo a concessão de direitos para todos, educação universal e a defesa de medidas que colocassem fim na escravidão. Ele foi um intelectual de ação, líder político e militar que ajudou a executar planos que permitiram que países como a Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia se tornassem independentes.
Nestes países, a figura do general ajuda a fundamentar até hoje princípios que norteiam a defesa da liberdade, justiça, soberania nacional e a luta anti-imperialista. Não à toa, tais países se intitulam além de latino americanos, bolivarianos. Isto é, celebram o legado de Simón Bolivar, o qual perpassa, no presente, a promoção de uma unidade regional que possa reconhecer que a América Latina e seus países têm valor, cultura e história.
A luta contra o colonialismo e o imperialismo espanhol do século dezoito traduz-se, atualmente, na luta contra os constantes ataques por parte dos Estados Unidos à América Latina, sobretudo, à Venezuela. O governo americano vem se utilizando de táticas que são velhas conhecidas da nossa história: financiam golpes de estado e estrangulam a população com bloqueios econômicos, na tentativa de fragilizar o governo venezuelano, que há bastante tempo não se dobra a sua dominação, por carregar o bolivarianismo como fundamento político.
O bolivarianismo, portanto, opõe-se ao que chamamos de viralatismo, sentimento e ação de inferioridade diante de tudo aquilo que vem de fora, em especial do estrangeiro. É o agir e pensar a região e seus países de modo soberano, positivo e não subalterno ou submisso, como quer as grandes potências norte-americana e europeias. É, efetivamente, mandar um recado a elas: não estamos a serviço das necessidades alheias. 
 

*Gabriela Cavalcanti é historiadora e militante das Amélias: mulheres do projeto popular (@gcavalcantim_)

Edição: Isadora Morena