Paraná

EDITORIAL PARANÁ

Lições de uma greve estadual

"O serviço público e o magistério são fundamentais em nossa estrutura social"

Brasil de Fato I Paraná |
O secretário de Educação, Ricardo Feder, ligado ao setor privado de tecnologia, traz para a educação a lógica das metas
O secretário de Educação, Ricardo Feder, ligado ao setor privado de tecnologia, traz para a educação a lógica das metas - Madruga

Neste começo de mandato, o governador Ratinho Junior joga com armas diferentes daquelas do ex-governador Beto Richa, que ficará marcado pelo massacre do dia 29 de abril de 2015.

Um balanço da greve dos servidores estaduais, que envolveu trinta categorias durante 18 dias – sendo que as universidades estaduais seguem ainda em luta -, revela avanços do movimento, mas também o choque contra a visão neoliberal e privatista de Ratinho, que se valeu do poder político e midiático para tentar desmobilizar os grevistas.

O governador, que não recebeu as lideranças do movimento em nenhuma negociação e fez anúncios sobre a pauta apenas em coletiva de imprensa, mostra sua postura antidemocrática. Além disso, o secretário de Educação, Renato Feder, empresário ligado ao setor privado de tecnologia, traz para a educação a lógica das metas e da terceirização, considerando a escola pública como mercadoria que deve gerar lucros.

Ainda assim, o movimento grevista é considerado vitorioso por duas razões: construiu uma ampla mobilização, como não se via desde 2015, com atos que chegaram a 30 mil pessoas; e conquistou avanços: a retirada do PLC 04 que congelava a carreira dos servidores em 20 anos. O serviço público e o magistério são fundamentais em nossa estrutura social e devem ser valorizados, mesmo que sejam necessárias mais greves e lutas.

Edição: Hellen Lima e Pedro Carrano