O site The Intercept publicou em 09 de junho quatro reportagens revelando conversas entre o atual ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador do Ministério Público Deltan Dallagnol. De acordo com o site, as mensagens com trocadas no aplicativo Telegram foram enviadas por uma fonte anônima e trouxeram à tona confirmações que houve imparcialidade no julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Após esta data outras matérias, inclusive em jornais de grande alcance como Folha de São Paulo e Revista Veja, trouxeram novos diálogos confirmando que o ex juiz Sergio Moro combinou com a parte acusatória parte do processo. Mas até que ponto a gravidade destas revelações foram compreendidas pela população?
A pesquisa Datafolha realizada entre os dias 4 e 5 de julho apontou que 58% dos entrevistados consideraram inadequadas as conversas entre o então juiz da Operação Lava Jato em primeira instância, Sérgio Moro, e os procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba responsáveis pela investigação. Outros 31% aprovaram a conduta do agora ministro da Justiça e 11% não souberam avaliar. Para o professor de Comunicação da UFPR, Mario Messagi, ainda é bastante difícil para que parte da população compreenda a gravidade do que foi revelado pelo Intercept. “ É preciso compreender o papel dos três poderes, por exemplo, para saber que um juiz não pode participar da investigação do processo, como Moro fez. Mas, a Lava Jato já vem perdendo apoio em diversos segmentos da sociedade como entre os juristas e jornalistas, que já compreenderam que esta foi uma operação parcial. ” Para Mário, ainda serão revelados outros fatos tão graves quanto estes e talvez fiquem mais palpáveis para a população.
Um juiz pode ou não conversar e combinar com uma das partes de um processo? Isso é ético? Jornalistas podem revelar conversas receptadas de aplicativos de celular? O juiz Sergio Moro ao combinar com o Ministério Público aspectos importantes do seu julgamento sobre o ex presidente Lula, agiu certo ou errado? O Brasil de Fato Paraná foi às ruas e perguntou estas e outras questões aos paranaenses, para saber de que forma estas notícias vem sendo compreendidas pela população. Grande parte dos entrevistados disse ter pouco tempo para se informar. Confira:
