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Campanha "Moro Mente" denuncia crimes do ex-juiz na operação Lava Jato

Advogada Érica Meireles, da coordenação executiva da ABJD, falou sobre a ação em entrevista ao Programa Brasil de Fato

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Segundo a ABJD, existem diversas ilegalidades ao longo da trajetória de Sérgio Moro como principal juiz da Operação Lava Jato
Segundo a ABJD, existem diversas ilegalidades ao longo da trajetória de Sérgio Moro como principal juiz da Operação Lava Jato - Alessandro Dantas / PT no Senado

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) lançou, no início deste mês de agosto, a campanha Moro Mente. A ação tem o objetivo de explicar à população quais foram os crimes cometidos pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, na operação Lava Jato.

Para entender melhor como funciona a campanha, o Programa Brasil de Fato conversou com a advogada Érica Meireles nesta sexta-feira (16). Ela faz parte da coordenação executiva da ABJD e também é servidora da defensoria pública do estado de São Paulo.

Segundo ela, existem diversas ilegalidades ao longo da trajetória de Sérgio Moro como principal juiz da Lava Jato. "Tentando objetivar alguns pontos, porque são diversas ações, o que eu posso destacar em primeiro plano é a combinação do jogo durante o processo judicial. Isso não pode ser feito, como na época o [ex] juiz Sérgio Moro fez, mostrando evidente parcialidade na sua ação. Temos algumas ações a respeito de aviso de prazo, verificações de petições antes mesmo que elas fossem protocoladas e fizessem parte do processo, opinar sobre delações premiadas, combinar ações de investigações de atos processuais", explica.

Ela ressalta que a campanha também se preocupa com as mensagens divulgadas no caso que ficou conhecido como Vaza Jato, obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas em parceria com outros veículos da grande imprensa. Os diálogos entre os principais membros da operação revelam a atuação política da força-tarefa na condução dos processos.

"A ABJD, afora essa campanha de diálogo com a sociedade, da elaboração de artigos, de vídeos, nós tentamos acionar as instituições que têm competência para tal análise [sobre a Vaza Jato]. E infelizmente não foram para frente as investigações que nós solicitamos. Isso corrobora o que temos visto de espetacularização da Justiça".

Na próxima segunda-feira (19), a ABJD realiza um ato público para denunciar a conduta do atual ministro da Justiça à frente da operação. O evento será às 18h30, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP.

Ouça a íntegra da entrevista aqui.

 

 

Edição: Tayguara Ribeiro