Paraná

Universidade e Agroecologia

Universidades expõem em praça pública projetos de extensão voltados para agroecologia

A mostra integra o Espaço “Conhecimento em Movimento – em defesa da escola pública”, da 18º Jornada de Agroecologia

Curitiba |
Estudantes e professores de universidades apresentaram os projetos de extensão para o desenvolvimento da agroecologia
Estudantes e professores de universidades apresentaram os projetos de extensão para o desenvolvimento da agroecologia - Ana Caldas

Nesta sexta, 30, a Praça Generoso Marques, no centro de Curitiba, foi ocupada por estudantes e professores das diferentes universidades do Paraná, com seus projetos de ensino pesquisa e extensão voltados para a agroecologia. A mostra integra o Espaço “Conhecimento em Movimento - em defesa da escola pública,” da 18º Jornada de Agroecologia. Com o objetivo de mostrar os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelas universidades junto à sociedade, os expositores puderam, através de atividades interativas dialogar com a população que por ali passava e também com os participantes da jornada.

Economia Solidária, cultivo de sementes crioulas, educação ambiental nas escolas públicas, educação do campo são alguns dos temas que fazem parte da mostra.

Nas escolas públicas

André Amaral, estudante do curso de Tecnólogo em Agroecologia, da Universidade Federal do Paraná, Campus Litoral, levou cartazes para mostrar o projeto de educação ambiental que é desenvolvido em escolas públicas do litoral do Paraná. “O projeto existe desde 2016 e tem como objetivo o resgate dos saberes populares e educação ambiental com crianças de 2 a 13 anos,” explica. O projeto vem sendo desenvolvido em duas escolas do município de Paranaguá e uma de Matinhos. André conta que a ideia é partir do lúdico e também levar trabalhadores das comunidades para falar com os alunos. “Queremos sempre aproximar as crianças do cultivo dos alimentos que eles consomem na merenda que vem pelo PNAE.” Artes, agroecologia, recicláveis, produção de alimentos saudáveis, compostagem e cartografia social são algumas das atividades desenvolvidas.  

Também voltado à formação para as escolas, a professora Andria Barista, da UFPR Litoral, levou a experiência do primeiro Curso de Especialização em Educação do Campo, voltado para professores das escolas do campo. “Partimos dos grandes pensadores brasileiros para debater com estes professores sobre suas realidades locais. Além das escolas do campo, temos também professores que atuam junto as comunidades quilombolas, indígenas e nas escolas das ilhas."

 Diálogo permanente entre estudantes e agricultores

Para compreender na prática tudo sobre o cultivo das sementes crioulas, o curso de Cooperativismo do Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Capanema, tem um projeto que envolve o diálogo permanente entre agricultores e estudantes. Eliane Guber, estudante, participou da Mostra realizando atividades interativas com os produtores participantes da jornada. “Usamos este jogo de dardos, dependendo da pontuação, o produtor leva uma semente," conta a estudante. O projeto tem como objetivo, além de catalogar variedades de sementes, também distribuir para que sejam replicadas.

Da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o estudante de agronomia Luiz Fernando Castelano, trouxe para a jornada a exposição do trabalho realizado junto aos agricultores da região da Fronteira, que vem fazendo a transição para a agroecologia.  O projeto faz parte do Núcleo de Estudos em Cooperação.  “Meu trabalho como estudante é direto com os agricultores. Vou até eles, pesquiso junto e recebo demandas. Volto para Universidade e junto com o grupo e professores levantamos possibilidades, criamos logísticas e metodologia para contribuir nesse processo de transição.” Para Luiz, é gratificante e importante na atual conjuntura realizar projetos de extensão. “Temos que contribuir para apresentar uma alternativa ao que está aí de forma agressiva, o agronegócio. Acho que a Universidade dialogando e saindo dos seus muros fortalece essa luta.”

Assessoria para Economia Solidária

Com a participação de estudantes bolsistas dos cursos de Arquitetura e Design, o projeto TEC Sol, a Incubadora de Economia Solidária da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), presta assessoria para empreendimentos econômicos solidários. A professora coordenadora do projeto, Maria Luiza Carvalho, explicou que o objetivo é que seja um coletivo autogestionário e interdisciplinar e que contribua na formação de uma outra economia. “Já realizamos, por exemplo, cursos de gestão a partir dos princípios da economia solidária para pessoas e coletivos de Curitiba e Região Metropolitana.” Em parceria também com o Centro de Formação Irmã Araújo, o Cefúria, integram a Rede Mandala, que é uma articulação que reúne em rede empreendimentos do campo e da cidade.

Edição: Pedro Carrano