Rio de Janeiro

MOBILIZAÇÃO

No Rio, ato contra o desmatamento e pela soberania acontece nesta quinta (5)

No Dia da Amazônia, manifestantes se concentram às 16h no Largo da Carioca

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Incêndios destruíram 24.944km² da floresta amazônica em agosto
Incêndios destruíram 24.944km² da floresta amazônica em agosto - Clívia Mesquita

Nesta quinta-feira (5), Dia da Amazônia, funcionários do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e servidores federais da área ambiental organizam um ato no Rio de Janeiro contra o desmatamento e pela soberania nacional. 

O evento “Rio pela Amazônia: sem floresta não há vida” acontece às 16h, no Largo da Carioca, centro da cidade. Manifestações contra a política ambiental do governo Bolsonaro levaram mais de 5 mil pessoas às ruas do Rio no último mês.

Em agosto, os incêndios destruíram 24.944km² da floresta amazônica, segundo registro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Principal alvo de críticas do governo e do ministro Ricardo Salles, o dinheiro do Fundo Amazônia é gerido pelo BNDES e financia ações de prevenção, monitoramento e recuperação de áreas desmatadas.

Em entrevista ao programa Brasil de Fato, Arthur Koblitz, presidente da Associação de Funcionários do BNDES, falou sobre a tentativa de criminalizar o maior projeto de cooperação internacional para preservar a Amazônia.

“Vimos os países que colocam dinheiro no Fundo Amazônia [Noruega e Alemanha] destacando a qualidade do trabalho feito pelo banco. E ele [Ricardo Salles] acaba colocando uma mancha no fundo, fazendo acusações vazias. São 10 anos de uma experiência importante de promover atividades de preservação da floresta e desenvolvimento sustentável”, destaca.

O bloqueio de repasses da Noruega, principal doadora do projeto, coloca o Fundo Amazônia em risco de extinção. Além disso, segundo Koblitz, o Ministério da Economia planeja reduzir e até acabar com o BNDES, criado para impulsionar o desenvolvimento nacional. “A ameaça existe e é um retrocesso enorme se olharmos para o resto do mundo”, afirma. 

“Países asiáticos que cresceram rapidamente nos últimos 30 anos, como a China, e países já consolidados industrialmente como a Alemanha, têm bancos de desenvolvimento. A realidade do mundo é um capitalismo de estado em que o desenvolvimento está ligado a uma combinação de empresas privadas com instituições públicas. Matar isso no Brasil é destruir um sonho de que a gente possa ser um país diferente no futuro. Não é trivial reconstruir uma instituição como o BNDES”, alerta sobre a soberania do Brasil.

Edição: Vivian Virissimo