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Conselho Tutelar

Falhas anulam a eleição para Conselho Tutelar em Curitiba

Organizadores não explicam problemas nem divulgam nova data para eleição

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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 Em resolução divulgada na terça (8), afirma-se “que a anulação se deu devido a fatores técnicos e objetivos"
Em resolução divulgada na terça (8), afirma-se “que a anulação se deu devido a fatores técnicos e objetivos" - Reprodução

A eleição dos conselheiros tutelares de Curitiba foi anulada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comtiba), a quem cabe organizar a votação. Em resolução divulgada na terça (8), afirma-se “que a anulação se deu devido a fatores técnicos e objetivos, particularmente à inconsistência, inconformidade entre foto, número e nome de alguns candidatos (as)”. 

O que a nota não deixa claro é de quem é a responsabilidade por essas “inconsistências” e o que será feito para evitar o problema na próxima votação, que terá os mesmos organizadores. A redação do Brasil de Fato Paraná entrou em contato com a assessoria de imprensa e está tentando entrevistar a presidente do Comtiba para explicar essas informações. 

Nova data não é marcada – No mesmo dia em que oficializou o cancelamento das eleições, o conselho, que é composto metade por pessoas indicadas pela prefeitura e metade por membros da sociedade civil, principalmente ligadas a igrejas, divulgou calendário para recursos e impugnações e uma série de reuniões, porém não informou quando será a inscrição dos candidatos nem a data da nova eleição. 

Candidata mais votada fala de frustração com cancelamento 

A candidata a conselheira tutelar mais votada na Regional Portão, Luzia Nunes, falou ao Brasil de Fato sobre a frustração que teve no domingo (6) da eleição. Para ela, “foi um tempo muito curto entre a felicidade pelo resultado da urna e o cancelamento da eleição. Era a primeira vez que me lanço numa eleição e foi muito gratificante o trabalho coletivo para minha eleição. E logo depois saber que estava tudo anulado, foi uma puxada de tapete”, afirma. 

Ela destaca que, na realidade, o processo da eleição estava bem confuso desde o começo, com pouca organização e truncado. E cita como exemplo a prova aplicada, que era “muito difícil”, e depois tiveram de anular diversas questões porque senão não haveria candidatos suficientes. Além da pouca divulgação da eleição pelos responsáveis, de sensibilizar a comunidade para a importância da votação, e o pouco tempo liberado para fazer campanha, de apenas 15 dias. 

Mas sua principal crítica é que esperaram a contagem dos votos para só depois cancelarem o processo. “Houve problemas de organização durante o dia, de treinamento dos mesários, mas escolheram anular o processo depois da contagem feita”. 

Edição: Lia Bianchini