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MAB reúne povos atingidos dos nove estados da Amazônia em encontro no Pará

Evento começa nesta terça-feira (29) e recebe cerca de 150 lideranças do movimento na UFPA, em Belém

Brasil de Fato | Belém (PA) |

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Jornada de lutas tem como tema “Amazônia em risco: somos todos atingidos! Atingidos por barragens construindo redes de resistência”
Jornada de lutas tem como tema “Amazônia em risco: somos todos atingidos! Atingidos por barragens construindo redes de resistência” - Foto: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza junto a outros movimentos populares o Encontro dos Atingidos e Atingidas da Amazônia. As atividades ocorrem nesta terça (29) e quarta-feira (30), na na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém (PA).

Com o tema “Amazônia em risco: somos todos atingidos! Atingidos por barragens construindo redes de resistência”, o evento reúne cerca de 150 lideranças de diversas frentes de luta dos nove estados amazônicos. 

Segundo Océlio Muniz, da Coordenação Nacional do MAB, o objetivo é promover um espaço para intercâmbio de experiências coletivas, a partir das bases das comunidades amazônicas, conhecendo as realidades existentes nos diferentes territórios e construindo redes de estratégias comuns para a luta em defesa da Amazônia, dos povos e da vida.

“Um dos grandes objetivos desse encontro é a gente se articular e criar rede de resistência em defesa da vida e em defesa dessa região onde moram milhões e milhões de pessoas”, define Muniz, que é do estado de Rondônia.

Entre os participantes, estão militantes que resistem a grandes projetos como hidrelétricas, mineração, ferroviasagronegócio, entre outros. Muniz explica que a situação de atingido pode ser definida a partir do impacto sofrido por distintas formas econômicas, sendo essa não só uma luta do MAB, mas de outros coletivos e organizações populares. 

“O movimento toma a iniciativa de fazer não só encontro dos atingidos, mas o encontro dos atingidos da Amazônia e pensar estratégias de luta pelos próximos períodos. O movimento tem chamado outras organizações para construir junto e é um desafio das organizações que vivem, que atuam na Amazônia pensar esse processo de defesa de um território tão grande e tão rico”, afirma.

O encontro também celebra a memória de Nicinha e Dilma Ferreira, militantes do MAB que foram assassinadas em Rondônia e no Pará, respectivamente, no contexto de perseguição aos defensores de direitos humanos e da floresta.

Os debates em torno das experiências e reflexões sobre o Sínodo da Amazônia também fazem parte da programação, com o relato dos membros do MAB que estão em Roma participando do evento.

Edição: Rodrigo Chagas