Lula Livre

"Começa hoje um novo capítulo da história política brasileira", diz jurista da ABJD

Advogado Ney Strozake afirma que "não há no horizonte nenhum fato que justifique uma nova prisão de Lula"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Strozake (esq.) concedeu entrevista nos estúdios da Rádio Brasil de Fato
Strozake (esq.) concedeu entrevista nos estúdios da Rádio Brasil de Fato - Sheila de Oliveira

Começa nesta sexta-feira (8) um novo capítulo da história política e jurídica brasileira. Essa é a interpretação de Ney Strozake, advogado e membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), sobre a soltura do ex-presidente Lula (PT). A liberdade foi assegurada após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite anterior, que derrubou a possibilidade de prisão automática dos réus após condenação em segunda instância.

Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, Strozake argumenta que a libertação de Lula fortalece a oposição ao governo Bolsonaro (PSL) e representa o primeiro passo para o resgate da democracia e do Estado de Direito no Brasil.  

Por outro lado, o jurista lembra que a liberdade concedida hoje não é definitiva, mas vale "até que seja possível julgar todos os recursos do Lula no STJ [Superior Tribunal de Justiça] e no STF [Supremo Tribunal Federal]". 

"Mas, por enquanto, não há no horizonte nenhum fato novo que justifique uma nova prisão de Lula", pondera. "O fato é que o dia de hoje é uma alegria para nós, que defendemos a Constituição, e uma vergonha para [Sergio] Moro, para a parte podre do MPF [Ministério Público Federal] e para parte do STF".

Para Strozake, "é muito claro o uso do Direito com fins políticos na operação Lava Jato", o que desrespeita a Constituição Federal e tratados internacionais. Ao assumir o Ministério da Justiça de Bolsonaro, segundo o jurista, Moro demonstrou a parcialidade com que conduziu os processos da operação.

Embora deixe claro que os recursos de Lula ainda serão julgados, Strozake não descarta que o ex-presidente volte a disputar eleições em breve. "Se a 2ª Turma [do STF] decidir que o Moro foi parcial, o processo [caso triplex] volta à estaca zero e Lula pode inclusive voltar a ser candidato".

Depois de saudar a militância em Curitiba, o ex-presidente irá a São Bernardo do Campo (SP) para um ato político no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

 

 

* Entrevista realizada por Bia Pasqualino e Nina Fideles.

Edição: Daniel Giovanaz