Entrevista

Organizadora da Vígilia Lula Livre considera soltura "primeiro passo da luta"

Neudicléia Oliveira, do MAB, falou à Rádio Brasil de Fato sobre os desafios da militância após a libertação de Lula

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Neudicléia recebeu menção especial do ex-presidente em seu discurso desta sexta-feira (8)
Neudicléia recebeu menção especial do ex-presidente em seu discurso desta sexta-feira (8) - Pedro Carrano/Brasil de Fato

A militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Neudicléia de Oliveira foi uma das principais coordenadoras da Vigília Lula Livre durante os 580 dias de prisão do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba (PR), que terminaram nesta sexta-feira (8).

Ela foi uma das poucas integrantes da mobilização popular permanente que permaneceu praticamente todos os dias no local ao lado da Superintendência da Polícia Federal. Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, Neudi relatou ter sido experiência engrandecedora "conviver com pessoas de todos os lugares do país e enfrentar dificuldades com união". 

"Ninguém soltava a mão de ninguém", considerou a militante. "Nós fizemos uma promessa quando ele chegou. Fomos recebidos com tiros e bombas e fizemos um juramento de que só sairíamos dali com Lula nos nossos braços. E cumprimos a promessa", contou.

Sobre o futuro, ela diz que vai seguir na luta, organizando o MAB, e que a Vigília foi mais uma tarefa cumprida. "Abraçar o Lula foi um sentimento de alívio de saber que o Brasil pode mudar com o Lula livre. É uma esperança para todos nós que estávamos aqui, uma luz no fim do túnel para enfrentar essa conjuntura contra nós trabalhadoras e trabalhadores", explicou.

Em seu discurso após ser libertado, do qual dedicou a maior parte a agradecer às pessoas que estiveram na Vigília, Lula disse: "Vocês eram o alimento de democracia que eu precisava para resistir".

Relembrando da rotina na vigília, além dos sonoros "bom dia, Lula" e "boa noite, Lula" -- que o ex-presidente afirma ter conseguido escutar de dentro de sua cela --, Neudi contou que diariamente o programa da Rádio Brasil de Fato era reproduzido aos presentes.

"Das duas vezes que entrei na carceragem para visitar o presidente, eu reafirmei a importância de um veículo de comunicação forte para disputar com a mídia hegemônica. O Lula lia o jornal impresso do Brasil de Fato durante o cárcere", disse.

Neudi finalizou convocando a militância para estar presente neste sábado (9), no ato público “Lula Livre: vitória da democracia”, marcado para o Sindicato dos Metalúrgicos, às 12h.

Edição: Rodrigo Chagas