Limpeza

Apesar dos poucos esforços do Governo Federal, manchas de óleo no RN diminuem

Ação integrada do Governo do RN consegue atenuar impactos do óleo, mas infraestrutura e materiais adequados ainda faltam

Brasil de Fato | Natal (RN) |
Praia Barra de Tabatinga, no município de Nísia Floresta, foi uma das mais atingidas com as manchas
Praia Barra de Tabatinga, no município de Nísia Floresta, foi uma das mais atingidas com as manchas - Vlademir Alexandre

Durante um balanço sobre a situação das manchas de óleo que chegaram à costa do litoral do Rio Grande do Norte, a Defesa Civil do estado apontou ações de mitigação realizadas com a finalidade de atenuar o impacto ambiental. Entretanto, a diminuição das manchas não é suficiente, e os trabalhos ainda dependem de um problema: materiais e recursos advindos do Governo Federal.
Os primeiros indícios das manchas de óleo no estado apareceram no dia 7 de setembro, quando foi avaliado, por meio do Instituto de Defesa do Meio Ambiente do RN (Idema), que 43 áreas estavam afetando 11 praias potiguares. Tal fato, contudo, demorou a ter respostas do Governo Federal, que só nomeou o seu primeiro coordenador operacional, para um Plano Nacional de Contingência, 43 dias após a ocorrência.
Em 20 de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) fez uma recomendação para que o Governo realizasse uma a campanha de educação ambiental nos municípios afetados, com o objetivo de que as prefeituras ajudassem na limpeza de forma mais eficiente. A formação, entretanto, só foi marcada para o dia 13 de novembro.
Em tese, as prefeituras só poderiam iniciar seus trabalhos após essa data, mas na prática, o Governo do RN criou um Gabinete de Gestão Integrada, contendo representantes das Defesas Civis estadual e municipais, Idema, entre outros órgãos e organizações ambientais, para dar uma resposta mais efetiva.
Após todas as ações de integração, e com o Plano Estadual de Mitigação e Resposta em prática, a segunda Operação Mancha Negra do Idema diagnosticou um total de 33 ocorrências em 27 praias, classificando a situação apenas como “vestígios” de óleo. O número é menor em relação ao período mais crítico, em que se registrava 46 ocorrências em 30 praias.
Falta de equipamentos
Um dos principais problemas apresentados pela Defesa Civil do RN foi a falta de equipamentos solicitados ao Governo Federal. Dentre os materiais não enviados estão mantas de contenção e absorção do óleo, máscaras, luvas e até protetores solares. Isso levou, inclusive, ao fato da Defesa Civil não convocar os cerca de 1800 voluntários para contribuírem na limpeza.
A Comissão Temporária Externa do Senado Federal para acompanhar as ações de enfrentamento às manchas de óleo, participou do balanço realizado pela Defesa Civil do estado do Rio Grande do Norte e também visitou a praia Barra de Tabatinga, no município de Nísia Floresta. A entidade apontou a falta de vontade do Governo em colocar em prática medidas rápidas e efetivas ao desastre.
“Nós estamos aqui preservando uma garantia constitucional expressa no Artigo 225, todos temos direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Mas esse direito humano e essencial está sendo violado por um comportamento omissivo e permissivo do próprio estado brasileiro”, ressaltou o presidente da Comissão, senador Fabiano Contarato (Rede/ES).

Edição: Isadora Morena