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AMÉRICA LATINA

Artigo | O neoliberalismo vai morrer no Chile?

As mobilizações espontâneas respondem a causas profundas acumuladas há mais de quatro décadas no país

21.nov.2019 às 16h01
Rio de Janeiro (RJ)
Nicole Berti
Os protestos se tratam da maior revolta popular da história do Chile, duramente criminalizados e reprimidos pelo governo chileno

Os protestos se tratam da maior revolta popular da história do Chile, duramente criminalizados e reprimidos pelo governo chileno - Johan Ordonez / AFP

Desde o dia 18 de outubro o Chile vive um momento de protestos sociais intensos, no qual amplos setores da sociedade manifestam a sua rejeição ao modelo neoliberal vigente no país. Os protestos, que se iniciaram com as evasões ao metrô, em razão do aumento da tarifa do transporte público, e foram protagonizadas pelos estudantes secundaristas na capital Santiago, foram duramente reprimidos pelo governo de Sebastián Piñera, angariando amplo apoio de setores populares e médios que se uniram às mobilizações.

O aumento da tarifa do metrô foi a gota de água que fez transbordar o copo, já que as mobilizações espontâneas respondem a causas muito mais profundas acumuladas há mais de quatro décadas – desde que se implementou o sistema neoliberal no Chile no período do regime autoritário de Augusto Pinochet e que foi se consolidando com os governos pós-ditatoriais.

As reivindicações estão relacionadas a demandas por mudanças estruturais e significam o fim de um sistema fundado em abusos que transforma direitos sociais como educação, saúde e seguridade social em oportunidades de negócios lucrativos. Em consequência disso, o povo chileno vem exigindo uma mudança institucional profunda, que contemple um processo de estatizações de serviços básicos, nacionalização de recursos naturais estratégicos (cobre, lítio e o mar), serviços de saúde e educação universais, gratuitos e de qualidade, um sistema seguridade social justo que ofereça aposentadorias dignas aos contribuintes, respeito e resguardo dos direitos dos povos originários e uma nova Assembleia Constituinte, que culmine em uma nova Constituição política mais justa, igualitária e democrática para o Chile, já que o país possui uma Constituição herdada do período ditatorial.

Sem dúvida se trata da maior revolta popular da história do Chile, a qual vem sendo duramente criminalizada e reprimida pelo governo chileno. Sebastián Piñera optou por responder aos protestos reforçando a escalada de violência do Estado, decretando estado de emergência constitucional e invocando a lei de segurança nacional, entregando a segurança pública para as forças armadas do país, que desde o regime de Pinochet não saíam às ruas. O resultado dessa escalada autoritária do Estado derivou em índices preocupantes de violações sistemáticas de direitos humanos perpetradas pelos aparatos policiais do Estado, contabilizando 23 vítimas.

Organização popular

Mas a despeito do terrorismo de Estado ocasionado pelas medidas ultrarepressivas do governo de Sebastián Piñera, a violência política exercida nas últimas semanas não se traduziu em medo, mas se converteu em dignidade e coragem, em mais cumplicidade e solidariedade, e sobretudo em mais politização e organização popular. Além dos massivos atos de rua, estão sendo realizadas centenas de “Juntas Vecinales” (reuniões de vizinhos), Assembleias Territoriais e “Cabildos Ciudadanos” (espaços de deliberação popular) organizados em praças, parques, colégios e espaços públicos, mobilizados por muitos segmentos da sociedade civil para discutir o contexto atual do país e propor medidas e iniciativas que possam dar respostas as demandas sociais apresentadas no marco das mobilizações, bem como debater sobre uma Nova Constituição.

A pressão social foi tal que obrigou o governo chileno a acatar a principal reivindicação cidadã: a de uma Assembleia Constituinte e assim recuar em sua proposta de Congresso Constituinte e negociar um acordo com as forças de oposição, que prevê um plebiscito (agendado para abril do próximo ano) que dá aos chilenos o poder de decidir sobre redigir uma nova Carta Magna e o método para tal, podendo optar por uma Convenção Mista (composta por 50% de parlamentares e 50% de cidadania), ou uma Convenção Constituinte com 100% dos representantes eleitos pelos cidadãos para redigir a Nova Constituição. No entanto, os chilenos seguem mobilizados por uma Assembleia Constituinte Plurinacional e com paridade de gênero, uma vez que o acordo por uma Nova Constituição anunciado, foi feito pelo governo a portas fechadas apenas com dirigentes partidários e com representantes do parlamento, sem nenhuma representação da sociedade civil organizada. A cidadania também exige que haja responsabilização política por todas as violações sistemáticas de direitos humanos cometidas pelas forças policiais do Estado no atual contexto das mobilizações e uma agenda imediata de restituição de direitos sociais, contra a precarização da vida e contra a crise socioambiental.

Em meio a este cenário de incertezas, uma coisa é certa: o povo chileno vem demonstrando que a “historia es nuestra y la hacen los pueblos”, dando um exemplo de resistência e organização popular, abrindo uma oportunidade histórica de enterrar o neoliberalismo, legado do autoritarismo que segue vigente na atual Constituição do país. O Chile da refundação democrática será um Chile em que ninguém será um mero expectador, mas todos serão protagonistas.

*Doutoranda em ciência política no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

Editado por: Mariana Pitasse
Tags: américa latinabrasilchileneoliberalismo
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