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"Perseguição política", diz ex-presidente da Petrobras que teve aposentadoria cassada

"Vou lutar até o limite pelos meus direitos", afirma em nota José Sergio Gabrielli, que dirigiu a empresa por sete anos

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Gabrielli esteve à frente da estatal nos governos Lula (PT) e Dilma (PT)
Gabrielli esteve à frente da estatal nos governos Lula (PT) e Dilma (PT) - Agência Petrobras de Notícias

A Controladoria-Geral da União (CGU) usou a Lava Jato para cassar a aposentadoria do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. A decisão do governo de Jair Bolsonaro foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (24). Conforme o texto, a CGU, com base em parecer de 6 de dezembro, entendeu que o ex-presidente da estatal “cometeu infrações disciplinares à frente do cargo”.

Gabrielli presidiu a estatal entre 2005 e 2012, durante as gestões Lula e Dilma, e é investigado pelo Tribunal de Contas da União em suposto processo que apura superfaturamento de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele jamais foi condenado.

“Vou recorrer à Justiça contra esta absurda decisão de perseguição política. Minha aposentadoria é resultado de 36 anos e dois meses de vínculo com a UFBA [Universidade Federal da Bahia] e portanto não tem nada a ver com a Petrobras”, afirmou Gabrielli em nota.

“Em relação aos fatos relacionados com a empresa não há qualquer indiciamento criminal e as investigações no âmbito do TCU são ainda investigações sem conclusões”, escreveu.

“A minha aposentadoria da UFBA é minha ÚNICA fonte de renda e portanto esta absurda decisão da CGU é a condenação à morte econômica. Vou lutar até o limite pelos meus direitos”, concluiu.

Sadismo e crueldade

“Manifesto profundo repúdio ao ato de cassação da aposentadoria de José Sérgio Gabrielli, fruto de 36 anos de relevantes serviços prestados à UFBA. A publicação do ato, ocorrida no período natalino, beira ao sadismo e à crueldade, revelando o real caráter persecutório da medida”, afirmou o senador Jaques Wagner nas redes sociais.

“Já que estamos em tempo de Jesus, cabe dizer que, a cada dia, esse governo pega um pra Cristo. Agora, suspende a aposentadoria de José Sérgio Gabrielli, a qual ele fez jus após 36 anos de docência. Querem deixar à míngua aquele contra quem nada conseguiram encontrar…”, afirmou a jornalista Hildegard Angel, pelo Twitter.

Pelo Facebook, o professor Gilberto Maringoni comentou a perseguição: “Gabrielli é um dos principais quadros da esquerda brasileira e profissional com enorme qualificação técnica. O ex-presidente da Petrobrás, que dignificou a estatal, sofre agora perseguição absurda, com a cassação de sua aposentadoria. Toda solidariedade a este grande companheiro”.

Edição: Rede Brasil Atual