Mobilidade

Sob chuva, manifestantes fazem novo ato contra o aumento no preço do transporte em SP

Polícia dispersou o protesto com bombas de efeito moral. Duas pessoas foram detidas por desacato

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Protesto seguiu pelas ruas do centro mesmo sob chuva. MPL promete voltar às ruas na próxima semana
Protesto seguiu pelas ruas do centro mesmo sob chuva. MPL promete voltar às ruas na próxima semana - Nara Lacerda

O segundo ato do Movimento Passe Livre contra o aumento das passagens na cidade de São Paulo terminou com bombas de efeito moral lançadas pela Polícia para dispersar os manifestantes.

O protesto desta quinta-feira (9) começou na região da Praça da Sé e seguiu sob chuva pelas ruas do centro de capital paulista. Na praça da República, o grupo planejava entrar na estação de metrô, mas foi contido pela PM, que além das bombas posicionou diversos agentes na entradas e em locais estratégicos das imediações.

Ato teve concentração na região da Praça da Sé. Foto: Pedro Macimo

Dois jovens foram detidos por desacato. Representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanharam ambos até o distrito.

O advogado Cláudio Orlando, que faz parte da comissão, ressalta que a OAB vai continuar acompanhando as manifestações e considera que o uso de bombas de efeito moral foi exagerado.

“Eu estava bem no meio da confusão e jogaram bombas para todos os lados. Inclusive, não me pegou, mas pegou um colega na perna. Eu saí do local e acabei acompanhando uma abordagem de oito jovens. A impressão que deu dessa abordagem que eu acompanhei foi de que os meninos já estavam indo embora e a polícia fez questão de segui-los com motos. Uma ação desnecessária.”

Gabriela Dantas, militante do Movimento Passe Livre, também questiona a ação policial.

“Eles reprimiram a gente, vieram pra cima, jogaram bomba de gás, colocaram em risco até crianças e idosos que estavam ali. Foi uma ação completamente desproporcional, considerando que tudo o que a gente queria era ir embora para casa e eles continuam impedindo nosso direito de ir e vir. Nossa resposta é que a gente não vai sair da rua.”

O novo valor é contestado por órgão de defesa do consumidor. Foto: Pedro Macimo

A tarifa na cidade de São Paulo subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40 e é contestado também pelo Instituto de Defesa do Consumidor, que em carta protocolada na prefeitura solicita revisão do reajuste.

O orçamento previsto para a Secretaria Municipal de Transportes este ano aumentou 2% e o valor do subsídio que o governo municipal concedo às empresas terá redução de mais de 600 milhões de reais. 

Na segunda-feira, o movimento Passe Livre realizou o primeiro ato contra os reajustes. Centenas de pessoas se reuniram na manifestação, que saiu do viaduto do chá e foi até a avenida paulista. Na ocasião também houve confronto e mais de vinte pessoas foram detidas. 

Polícia dispersou o protesto com bombas de efeito moral. Duas pessoas foram detidas por desacato. Foto: Pedro Macimo

O movimento convocou novas manifestações para semana que vem. Há atos marcados no Grajaú, na quarta-feira (15), e no centro na quinta (15).

 

Edição: Rodrigo Chagas