Mobilidade

Movimento Passe Livre realiza novo ato contra aumento das passagens em São Paulo

Pela segunda vez consecutiva polícia dispersa manifestantes com bombas de efeito moral e balas de borracha

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cinco pessoas foram detidas na manifestação do Movimento Passe Livre
Cinco pessoas foram detidas na manifestação do Movimento Passe Livre - Nara Lacerda

A Polícia Militar impediu parte do trajeto do terceiro ato do Movimento Passe Livre contra o aumento das passagens em São Paulo e houve confusão no protesto. A manifestação ocupou ruas do centro da capital paulista nesta quinta-feira (16h).

Os agentes tentavam evitar que o grupo que se manifestava chegasse até a rua da Consolação. A justificativa foram os alagamentos na região em decorrência da forte chuva que caiu em São Paulo durante a tarde. Na praça da República alguns manifestantes conseguiram passar pelo cordão de isolamento e os policiais jogaram bombas de efeito moral e usaram balas de borracha para conter o grupo. Cinco pessoas foram presas.

Na quinta-feira passada (9) a polícia já havia usado armas não-letais para conter os manifestantes do Movimento Passe Livre. Na ocasião, grupo planejava entrar na estação do metrô, também na Praça da República, mas foi contido pela PM, que além das bombas posicionou diversos agentes nos acessos ao local e em ruas estratégicas das imediações.

A partir de 1º de janeiro de 2020, as passagens de ônibus, metrô e trem na capital paulista aumentaram de R$ 4,30 para R$ 4,40. A integração entre os modais subiu de R$ 7,48 para R$ 7,65.

Gabriela Dantas, militante do grupo, afirma que a alta na tarifa é insustentável para o orçamento do trabalhador. "Mais dez centavos na passagem em um contexto em que aumenta o desemprego, aumenta a pobreza, a população está passando dificuldade por conta do custo de vida, que só cresce, isso, de aumentar a passagem novamente, é um ataque direto do prefeito e do governador à população mais pobre", afirma.

O valor é contestado também pelo Instituto de Defesa do Consumidor, que em carta protocolada na prefeitura solicita revisão do reajuste.

O orçamento previsto para a Secretaria Municipal de Transportes este ano aumentou 2% e o valor do subsídio que o governo municipal concedo às empresas terá redução de mais de R$ 600 milhões. 

Manifestações devem continuar

O MPL já marcou nova manifestação para a próxima semana também na região central de São Paulo. Os protestos do movimento vêm acontecendo semanalmente desde o início do mês de janeiro. O primeiro ato, no dia 7, reuniu cerca de 500 pessoas. Na ocasião houve confusão entre polícia e manifestantes na estação Trianon/Masp e vinte pessoas foram detidas. 

Edição: Rodrigo Chagas