Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

Ancestralidade

Pais tentam boicotar livros sobre princesas africanas; obra foi mantida após protesto

Pais de crianças do terceiro ano não queriam que os filhos tivessem contato com a "cultura africana"

01.fev.2020 às 15h07
Juliana Gonçalves
|The intercept Brasil
A Lei 10.639 determina que o conteúdo programático deve incluir a cultura dos negros

A Lei 10.639 determina que o conteúdo programático deve incluir a cultura dos negros - Reprodução

"Quando a princesa Iemanjá abriu a boca, saíram dela milhares de estrelinhas. Eram estrelinhas de todos os tamanhos. Estrelinhas que brilhavam mais e estrelinhas que brilhavam menos”. São trechos como esse que fazem parte do livro infantil Omo-Oba – Histórias de Princesas, que foi questionado por um grupo de pais da Escola Sesi, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Eles não queriam que seus filhos, alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I, tivessem contato com a “cultura africana”.

A autora, Kiusam Oliveira, que é Doutora em Educação pela USP, conta histórias tradicionais do povo iorubano sobre seis princesas que se tornaram rainhas: Oiá, Oxum, Iemanjá, Olocum, Ajê Xalugá e Oduduá – que também são, no Brasil, entidades cultuadas por religiões de matrizes africanas. As histórias das ancestrais são narradas destacando suas habilidades com o objetivo de, segundo a autora, “empoderar meninas de todos tempos”.

“Um dos cuidados que tive foi de não ter uma conotação religiosa. O que as pessoas dificilmente sabem é que essas mulheres representam nossas ancestrais. E, aqui, com todo o racismo que a gente vive, quando se toca no nome delas, parece que você está falando de diabo e demônio. O livro vem para desmistificar uma série de situações”, explica a autora.

Omo-Oba é recomendado pelo MEC e utilizado em escolas em todo o Brasil desde 2009. “É a primeira vez em dez anos que algo desse tipo acontece. Para mim, isso reflete a atual conjuntura do nosso Brasil. As pessoas intolerantes e racistas estão se achando no direito de agir porque, agora, temos a impressão que tudo pode”, afirma Kiusam.

Ao ser questionada sobre o livro por um grupo de pais, a escola enviou um bilhete informando que os alunos seriam divididos em grupos de trabalho, e que a obra poderia ser substituída por outra caso algum grupo assim desejasse. A professora da rede pública Juliana Pereira de Carvalho, mãe de Gael Bretas Pereira, de 8 anos, que estuda na Escola Sesi, se indignou. Ela postou o comunicado no Facebook.

“Com certeza isso é um preconceito afro-religioso, não consigo perceber outra coisa. Eu tinha acabado de vir da manifestação da Marielle, estava muito sentida. Eu cheguei em casa e meu filho me entregou o bilhete. Eu vi aquilo e pensei ‘mas era só o que me faltava’”, conta.

O ensino de história e cultura africana e indígena nas escolas é determinado pela Lei 11.645, que foi mencionada por Juliana em sua postagem. As escolas também devem cumprir a Lei 10.639, que diz que o conteúdo programático deve incluir a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

Com a repercussão da história nas redes sociais, o caso chegou à gerência da Educação Básica da Escola Sesi no Rio de Janeiro, que decidiu não substituir o livro. Fez mais: promoveu um debate com os pais. E manteve a postura: o livro será usado nas 15 unidades do Estado.

“Diante do que a gente defende como projeto pedagógico, isso não pode acontecer. Não terá nenhum outro livro adotado, porque o livro escolhido foi esse”, afirmou Giovanni Lima, gerente da escola.

Antes de Juliana, outra mãe publicou o mesmo bilhete nas redes sociais. Ela foi chamada pela pedagoga da instituição para uma conversa. A professora explicou que as medidas foram tomadas em respeito à religião dos pais insatisfeitos com o livro. A decisão de não utilizar outro livro só foi tomada após a repercussão da segunda postagem nas redes sociais.

“A escola não está descolada do nosso contexto político. Provavelmente, se a gente não tivesse causado essa discussão mais ampla, alguns pais que são neutros teriam se deixado levar pelos insatisfeitos, e a gente teria caminhado para a pior relação possível entre as crianças. Relatei a situação para o meu filho de forma que ele compreendesse, e ele ficou muito triste com o preconceito”, conta Juliana.

Editado por: Redação
Conteúdo originalmente publicado em The intercept Brasil
Tags: racismo
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Bloqueio

Novas regras dos EUA contra Cuba só ratificam medidas que já existiam, diz vice-ministro cubano

VOLTAR A SONHAR

Corpos apáticos: o que está acontecendo com a nossa geração?

Biosample

Projeto transforma sons da biodiversidade brasileira em músicas para estimular conservação ambiental

combate à fome

Prêmio Baobá: cozinhas solidárias de terreiros do Rio de Janeiro recebem homenagem inédita no Brasil

Mercosul

Lula visita presidente do Paraguai e Cristina Kirchner na Argentina; Milei fica isolado em cúpula marcada por tensão

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.