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ARTIGO

Virgens de Tambaú: fogosas, loucas, desinibidas, bonecas atrevidas?

Por Lívia Cirne

18.fev.2020 às 08h38
João Pessoa - PB
Redação

Reprodução/Internet - Foto

Há 33 anos, o bloco das Virgens de Tambaú arrasta milhares de foliões em João Pessoa, cantando cantam o hino, que apresenta alguns trechos que estão no título deste texto . É o segundo maior bloco pré-carnavalesco da Paraíba. Dizem que, geralmente, garante presença de mais de meio milhão de pessoas. Esse acontece em João Pessoa, no domingo que antecede a semana do carnaval, mas quase toda cidade também tem algo parecido.
 
Eu nunca estou nesse meio, nem estarei. Sou totalmente contra esse bloco, justamente por ser totalmente a favor e empática à causa. Não é saudável. Gera constrangimento. Reforça estereótipos. Fora que: identidade não é fantasia, não é sinônimo de jocosidade.
 
Nos dias que saem esses blocos, durante os preparativos, desde o início da tarde, a gente encontra um furdunço, dos machos (uó) se fantasiando de mulher para irem ao que consideram ser uma "brincadeira" à noite. Tomam toda a cachaça do mundo e gritam na rua. Abrem as pernas, esfregam a bunda nos carros, ficam agarrando a força outros caras na rua, afrontam outras mulheres, numa postura escandalosa e louca, assediam quem passa… Isso, lá para altas horas, sempre vira confusão e desassossego. É ultrajante!
 
Converte-se em violência, porque, na verdade, boa parte desses caras são os que não têm o menor respeito às mulheres e aos LGBTQIA+. São os "bons moços, os de bem, cristãos" que nos maltratam e humilham no dia a dia. No trabalho, em casa, nas festas, na mídia, nas ruas, no carnaval, na igreja…
 
Esses caras nos "aceitam" quando é assim, na gozação, na diminuição, na fantasia. São incapazes de se unirem, num bloco, com gritos uníssonos, para lutar contra a discriminação e em busca da igualdade de direitos. Portanto, travestir-se de mulher não tem mais graça! Como também já não é mais admissível fantasiar-se de negro, de índio, de cigano, de Iemanjá, de muçulmano, etc. Não é que seja o chato do tal “politicamente correto”, mas é porque as irreverências carnavalescas não devem ultrapassar o respeito às tradições culturais ou fechar os olhos para os preconceitos que estão envolvidos nessas representações.
 
Não é viagem ou exagero feminista. Vestir-se de mulher também merece discussão. Porque estimula o machismo, a misoginia e a homofobia. Isso está materializado nos índices: observemos que o Nordeste é a região mais perigosa para pessoas LGBTQIA+ no Brasil. A Paraíba é conhecida pelo extermínio acentuadíssimo de trans e travestis, bem como por estar no ranking do último Anuário Brasileiro da Violência (2019), justamente pelos dados terríveis de feminicídio. Se houvesse respeito às questões identitárias, esses índices seriam os mesmos? Reflitamos!
 
Não tem graça! O carnaval é Cultura, mas também é Política. Os tempos avançaram. A diversão não pode ser associada à inferiorização ou ao que incomoda o outro. Precisa não ser relativizado. Nos dias de hoje, não faz sentido, portanto, que as instituições de poder no Estado e no Município financiem ou apoiem esse desserviço. Deveriam investir mais em ações afirmativas no carnaval. Algumas cidades, diga-se de passagem, já têm essa preocupação, lançando cartilhas que orientam sobre o que pode ser fantasia.
 
Aos blocos dessa natureza, fica o apelo: deveriam mudar o tom da "brincadeira" e educar seus/suas foliões/foliãs, porque mulheres e LGBTQIA+s não são loucxs; elxs são insultadxs, são vítimxs, são historicamente marginalizadxs. O preconceito é estrutural. Os foliões e as foliãs com o mínimo de identificação às nossas pautas deveriam repensar melhor seus papeis nessas festas de “virgens”. Não somos piadas! Não cabe mais isso! Fica a indignação!

Editado por: Cida Alves
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