sapucaí

Na abertura dos desfiles do Rio, escola de samba faz crítica a Bolsonaro

Acadêmicos do Vigário desfilaram com um boneco do palhaço Bozo usando a faixa presidencial e fazendo "arminha"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Primeira escola a desfilar na noite de sexta-feira dividiu a plateia entre aplausos e vaias - Foto: Reprodução/Twitter Reimont

Logo na abertura do desfile da Série A (acesso) do Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu sua primeira crítica no Carnaval 2020 em sambódromos. A escola de samba Acadêmicos do Vigário entrou na Sapucaí com o enredo "O conto do vigário", e no final do desfile apresentou um boneco do palhaço Bozo com uma faixa presidencial e fazendo o símbolo da arminha, gesto característico de Jair Bolsonaro.

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Ao longo do desfile, a plateia se dividiu entre aplausos e vaias. O Carnaval deste ano promete ser um dos mais politizados dos últimos anos. Nas ruas, diversos blocos montaram suas apresentações voltadas a críticas ao atual governo. 

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Depois da passagem do boneco, a ala "Bloco Sujo" fez uma homenagem aos blocos de rua que se manifestam contra o descaso do poder público. Os participantes estavam vestidos de marinheiro e melindrosa, carregavam estandartes com as palavras "Educação", "Cultura", "Saúde" e "Democracia".

Confira um trecho do samba-enredo da Acadêmicos do Vigário 

Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras/ Tamoios, Caetés e Tabajaras/ É Banto, é Congo, é de Angola/ Somos da tribo quilombola/ Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras/ Tamoios, Caetés e Tabajaras/ É Banto, é Congo, é de Angola/ Somos da tribo quilombola

A Sapucaí foi palco de muitos protestos contra o presidente Jair Bolsonaro. Um dos que mais chamou atenção foi a apresentação da São Clemente, que abriu a segunda noite de desfile. O humorista Marcelo Adnet fechou a passagem da escola pelo sambódromo fantasiado de Jair Bolsonaro. Fazendo flexões e gestos de arma com as mãos, ele estava no alto de um carro alegórico adornado pelas fake news propagadas pelo capitão reformado. 

Que segue aguerrida/ Mas sempre esquecida/ Por quem tem poder/ Montando em cabrestos/ Matando direitos de quem quer viver/ O homem de terno pregando mentira/ Desperta a ira em nome da fé

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Pois é, na crise nossa gente acende vela/ Pra santo que nem olha pra favela/ E brinca com direito social/ Ó mãe, o morro é o retrato do passado/ Legado de um mito mal contado/ Vigário, teu protesto é Carnaval

 

 

Edição: Lucas Weber