Greve na PM

Após série de mortes, Moro diz que situação está 'sob controle' no Ceará

Ministro visitou o estado nesta segunda-feira para avaliar atuação de forças federais nas ruas de Fortaleza

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Moro, governador e comitiva ministerial participam de reunião no Ceará - Ministério da Defesa/Divulgação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira (24) que a situação no Ceará está “sob controle”, embora o governo estadual já contabilize 147 homicídios nos últimos cinco dias.

Moro participou de reunião com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça e o governador cearense, Camilo Santana (PT), para debater as ações federais frente à greve da Polícia Militar do estado.

A comitiva sobrevoou Fortaleza para analisar o cumprimento da missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado, em andamento desde a semana passada, quando forças federais foram convocadas ao Ceará para tentar melhorar a segurança nas ruas.

“As forças estão aqui subsidiariamente, para atender uma situação que nós entendemos que é temporária e deve ser resolvida brevemente. Existe um indicativo de aumento de alguns crimes mais violentos, mas não há uma situação de absoluta desordem nas ruas. As pessoas estão nas ruas, nós circulamos. Não existe, por exemplo, saques, nem nada disso em estabelecimentos comerciais”, disse Moro.

“A situação está sob controle. Claro que dentro de um contexto relativamente difícil, em que parte da polícia estadual está paralisada”, complementou o ministro.

A greve dura sete dias, com ao menos três batalhões de Fortaleza e região ocupados por grupos militares, até o momento. A principal reivindicação, conforme os policiais, é de aumento salarial. A motivação do motim, no entanto, envolve uma disputa de lideranças políticas locais

Por ora, mais de 200 policiais foram afastados por participação na paralisação, de acordo com a Controladoria-Geral de Disciplina da PM. Eles devem perder o salário do mês, distintivos, armas e outros elementos para o exercício da profissão.

O governador Camilo Santana disse que os manifestantes estão agindo contra a lei. Ele condenou a mobilização, mesmo “após exaustivas negociações e acordos”. “Espero que a gente possa encontrar os melhores caminhos para superar esse momento e restaurar a situação de segurança estadual”, declarou.

Edição: Douglas Matos