Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Cidades

LEI

Zema sanciona lei que pode aumentar casos de contaminação por metal pesado em MG

Lei incentiva a reutilização de rejeitos de minério em obras. Isenção pode gerar ônus para caixa do estado

28.fev.2020 às 20h28
Belo Horizonte (MG)
Amélia Gomes
mineração mg

Política de reutilização dos rejeitos é ínfima diante da escala de extração de minério - Mídia NINJA

Desde janeiro, vigora em Minas Gerais a Lei 23.575/20 que concede descontos tributários para empresas que utilizarem rejeitos de mineração em materiais de obras da construção civil, como cimento, concreto, lajes e tijolos. Como incentivo para a reutilização dos rejeitos, o Estado chega a oferecer para as empreiteiras isenção total no Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.

No entanto, especialistas do setor questionam a eficácia da lei para a resolução do problema da destinação dos rejeitos de mineração. Eles alertam ainda que a medida pode ampliar o contingente de pessoas intoxicadas por metais pesados.

Isenção pode gerar ônus para caixa do Estado

Em Minas Gerais, quando se trata da relação entre mineração e isenção fiscal, o buraco é mais embaixo. Isso porque desde 1996, o estado sofre o impacto da Lei Kandir, que isenta o ICMS de produtos e serviços destinados à exportação, entre eles o minério. A estimativa é que ao longo desses anos, Minas Gerais tenha deixado de arrecadar mais de R$ 135 bilhões por causa da desoneração fiscal.

Somente o Projeto Minas – Rio da Anglo American, em Conceição do Mato Dentro – região central de Minas – gerou, nos últimos cinco anos, um ônus para o Estado na casa de R$ 600 milhões a R$1 bilhão. A estimativa é do professor da Universidade Federal de Viçosa e coordenador do GT de mineração do Projeto Brasil Popular, Tádzio Coelho.

Na avaliação do pesquisador, com a nova lei de isenção tributária, os prejuízos recaem novamente no colo dos mineiros. "A destinação dos rejeitos deveria ser responsabilidade das mineradoras e não do governo, já que somente elas lucram com a mineração e são elas que trazem danos ambientais e sociais para o estado”, pontua.

Tádzio alerta ainda que o incentivo ameaça também a vida útil das empresas de cerâmicas e cimenteiras. “Acaba-se matando por inanição esses outros setores. Então a gente percebe que os beneficiados com essa medida são somente as mineradoras e as grandes empresas de construção civil”, conclui.

Mais pessoas podem ser contaminadas

No fim de 2019, uma reportagem da Agência Pública revelou que a Fundação Renova, responsável pelo processo de reparação dos atingidos na Bacia do Rio Doce, escondia da população um estudo que comprovava que os rejeitos das mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco causam intoxicação por metais pesados.

A Renova utilizou os rejeitos da barragem de Fundão no calçamento das ruas de Barra Longa. Uma das vítimas da intoxicação por contato com a poeira de rejeitos é Sofya Marques, de apenas 4 anos de idade. Cotidianamente, ela precisa fazer acompanhamento médico, já que a intoxicação lhe causou uma inflamação no cérebro e no intestino. Além de alergias de pele, dores nas costas e nas pernas.

Com a lei de incentivo ao uso dos rejeitos a polêmica vem à tona: quais riscos isso representa para a saúde da população? O pesquisador Bruno Milanez, que integra o grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS / UFJF), questiona se houve algum estudo de avaliação da inércia dos metais pesados quando aplicados na construção civil. "A pergunta que fica é: qual garantia de segurança ao trabalhador para manipular esse material e para as pessoas que vão ocupar esses imóveis?”, indaga.

Milanez alerta ainda que as pessoas em contato com esses materiais podem apresentar sintomas a longo prazo. No entanto, é difícil comprovar a relação entre a exposição a esses materiais e o desenvolvimento de doenças. "Os metais pesados, dependendo do tempo a que você é exposto, podem causar uma grande gama de adoecimento. O problema é que, a longo prazo, é difícil comprovar um nexo causal." 

Luiz Paulo Guimarães, da coordenação do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM, alerta sobre a diversidade de metais que compõem as barragens. "A barragem de rejeitos em Paracatu, por exemplo é de mineração de ouro, e por isso tem alta concentração de metais pesados como cianeto e mercúrio, que são comprovadamente carcinogênicos. Não dá para fazer uma única política, é preciso avaliar barragem por barragem”, conclui.

Luiz Paulo alerta ainda que a reutilização de rejeitos em Minas Gerais é algo praticamente inviável, já que no quadrilátero ferrífero – região onde está concentrada a maioria dos empreendimentos minerários do estado – todas as barragens contêm metais pesados.

Legislação não resolve situação dos rejeitos

Tádzio Coelho avalia que além de gerar queda na arrecadação do Estado, a política de incentivo à reutilização de rejeitos também é ineficaz quanto ao problema de destinação desses resíduos, uma vez que as escalas da reutilização desses materiais em construções e a de produção de rejeitos são incompatíveis. "O modelo mineral brasileiro comporta uma estrutura sistemática de geração de rejeitos, fruto da lógica de mercado, dos lucros das mineradoras e também da permissividade do Estado", pondera. 

Na avaliação de Luiz Paulo, do MAM, ao invés de políticas de incentivo, o Estado deveria investir na fiscalização dos empreendimentos e em medidas como a Lei Mar de Lama Nunca Mais, que foi um avanço na política de mineração em Minas Gerais, mas ainda não foi regulamentada. "É preciso criar mecanismos institucionais para restringir a construção de novas barragens de rejeitos, com isso o Estado não está nem um pouco preocupado", critica o dirigente.

Editado por: Elis Almeida
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

FUNCIONA MESMO?

Mais da metade dos créditos de carbono da Amazônia está ‘contaminada’ pela mineração

Projeto de Lei

Destinação de royalties do petróleo para cotistas é vitória para os estudantes, diz UNE

Marco

Parlamentares e sociedade civil lançam relatório para ‘política eficaz’ na Cracolândia 

Choque com a ONU

Escritório de Direitos Humanos da ONU afirma que Venezuela faz ‘prisões arbitrárias’ e Caracas responde: ‘irresponsáveis’

Direita na Câmara

Projeto de lei quer proibir compra de alimentos da reforma agrária pela Prefeitura de SP

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.