Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
No Result
View All Result
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
No Result
View All Result
Brasil de Fato
Início Opinião

Bloqueio

Artigo | No meio da crise do coronavírus, FMI nega pacote de ajuda a Venezuela

O FMI havia se comprometido a ajudar os países mais afetados, porém vão obedecer aos EUA, colocando vidas em risco

20.mar.2020 às 00h03
Updated On 21.mar.2020 às 00h03
São Paulo (SP)
Ana Maldonado, Paola Estrada, Vijay Prashad e Zoe PC

Milhares de Venezuelanos em marcha comemorando 31 anos do Caracazo, mobilizações em massa denunciando o FMI, neo-liberalismo e o imperialismo norte-americano - AVN

No dia 16 de março de 2020, a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, escreveu um post no blog do site do órgão que é representativo do tipo de generosidade necessária no meio de um pandemia global: “O FMI está pronto para mobilizar sua capacidade de financiamento de US$ 1 trilhão para ajudar nossos membros”. Países com “necessidades urgentes de pagamento” poderiam ser acudidos pelo “kit emergencial de distribuição de fundos”. Através desses mecanismos, o FMI disse que poderia providenciar US$ 50 bilhões para países emergentes e US$ 10 bilhões para países de baixa renda com uma taxa de juros de 0%.

Um dia antes do pronunciamento público de Gerogieva, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela enviou uma carta ao FMI, pedindo fundos para financiar o “sistema de detecção e reação”, parte de seus esforços de combate ao coronavírus. No comunicado, o presidente Nicolás Maduro escreveu que seu governo está adotando “diferentes medidas preventivas e seguindo protocolos de controle exaustivos para proteger o povo venezuelano”. Medidas como essa precisam de financiamento, razão pela qual o governo está “pedindo a sua honorável organização para avaliar a possibilidade de conceder à Venezuela, uma linha de crédito de US$ 5 bilhões do Instrumento de Ação Rápida do seu fundo emergencial”.

A política de Georgieva de liberar assistência especial para países em necessidade devia ter sido o suficiente para que o FMI aprovasse a ajuda que a Venezuela pediu. Porém, muito rapidamente, o fundo recusou o pedido.

É importante ressaltar o fato de que o FMI negou esse pedido no mesmo momento em que o coronavírus começou a se espalhar pela Venezuela. No dia 15 de março, quando o governo venezuelano enviou a carta ao FMI, Maduro se encontrou com oficiais do alto escalão em Caracas. O órgão farmacêutico da Venezuela (CIFAR) e empresas de equipamentos médicos disseram que seriam capazes de aumentar a produção de máquinas e medicamentos para combater a crise, mas que, para isso, precisariam importar matérias-primas. Foi para pagar por essas importações que o governo venezuelano pediu dinheiro ao FMI. Negar o empréstimo vai diretamente afetar o sistema de saúde venezuelano e impedir que o país combata efetivamente a pandemia do coronavírus.

“Essa é a situação mais grave que já vimos”, afirmou o presidente Maduro ao efetivar novas medidas contra a crise. O governo venezuelano impôs uma quarentena nacional por tempo indeterminado e criou – baseado no modelo das comunidades autoadministradas – um processo de distribuição de comida e itens de necessidade básica. Todas as instituições governamentais estão envolvidas em ajudar a “diminuir a curva” e “quebrar a corrente” de transmissão. Porém, por conta da rejeição do FMI, será mais difícil produzir kits de teste, respiradores e remédios importantes para aqueles infectados com o vírus.

Venezuela e o FMI

A Venezuela é membro fundador do FMI. Apesar de ser um Estado rico em petróleo, o país já foi ao fundo por ajuda diversas vezes no passado. Um ciclo de intervenções do FMI no início dos anos 1980 e 1990 criaram a situação que fez a elite venezuelana perder toda a legitimidade; foi nas costas desses protestos em massa que Hugo Chávez construiu a coalizão que o colocou no poder em 1998, e deu início à Revolução Bolivariana em 1999.

Em 2007, a Venezuela pagou de volta tudo que devia ao FMI e ao Banco Mundial, cortando os vínculos com essas instituições, na esperança de criar o Banco do Sul – com raízes latino-americanas – como uma alternativa. Antes que este banco pudesse ser viabilizado, uma crise financeira atingiu o continente, causada pela queda nos preços de commodities.

A economia venezuelana dependia das exportações de petróleo para gerar a renda necessária para importar produtos. Junto à queda do preço do barril, veio uma nova rodada de sanções unilaterais estadunidenses. Essas impedem que empresas de petróleo e transporte lidem em qualquer capacidade com a Venezuela; bancos internacionais apreenderam bens Venezuelanos em seus cofres (inclusive US$ 1,2 bilhão em ouro no Banco da Inglaterra) e pararam de fazer negócios com o país. Essas sanções, que pioraram depois de Donald Trump virar presidente dos Estados Unidos, diminuíram muito a capacidade da Venezuela em vender seu combustível e comprar produtos, inclusive mantimentos para seu setor de saúde.

O FMI escolhe lados

Em janeiro de 2019, o governo norte-americano tentou um golpe contra o presidente Nicolás Maduro. Seu instrumento escolhido foi o deputado Juan Guaidó, que Washington declarou como presidente da Venezuela. Rapidamente, bancos nos Estados Unidos começaram a tomar posse de bens venezuelanos em suas mãos e os entregar a Guaidó.

Logo em seguida, numa decisão extraordinária, o FMI anunciou que Caracas não poderia utilizar seus US$ 400 milhões em SDR (direitos de saque especiais), a moeda do FMI. Justificaram a ação alegando a incerteza política na Venezuela. Em outras palavras, por causa da tentativa de golpe, que falhou, o FMI disse que não ia “escolher lados” na situação; e não tomando partido, o fundo impediu que o governo venezuelano acessasse seu próprio dinheiro. Surpreendentemente, Ricardo Hausmann, ex secretário de Guaidó, disse na época que sua expectativa era de que, quando houvesse a troca de regimes, o dinheiro estaria disponível ao novo governo. Isso é um exemplo do FMI intervindo diretamente na política venezuelana.

Naquela época, tanto como agora, o FMI não nega que o governo de Nicolás Maduro seja o legítimo governo venezuelano. O órgão continua a reconhecer oficialmente que o representante do país é Simon Alejandro Zerpa Delgado, o ministro de finanças de Maduro. Uma das razões disso é o fato que Guaidó não conseguiu o apoio de uma maioria de Estados membros do Fundo. Porque Guaidó não conseguiu estabelecer sua legitimidade, o FMI – mais uma vez de maneira extraordinária – negou ao governo de Maduro seu direito de acesso a seus próprios fundos e de fazer empréstimos com a mesma facilidade que outros membros.

Rejeição do FMI

Normalmente, o FMI demora quando recebe um pedido de dinheiro. O pedido é estudado por analistas, que fazem um levantamento da situação e determinam se o pedido é legítimo. Dessa vez deram uma resposta imediatamente: não.

Um porta-voz do fundo – Raphael Aspach – não respondeu perguntas específicas sobre essa decisão; em 2019, foi igualmente cauteloso ao explicar a não liberação de US$ 400 milhões em SDR. Dessa vez, Anspach nos enviou um nota oficial que o FMI já havia divulgado na imprensa. O comunicado diz que embora o órgão simpatize com a situação do povo venezuelano, “não está numa posição para considerar esse pedido”. Por quê? Porque o FMI diz que “relações com países membros são predicadas no reconhecimento oficial de seus governos pela comunidade internacional”. No momento, não há “esclarecimento sobre o reconhecimento”, diz a nota.

Mas existe clareza. O FMI continua a reconhecer oficialmente o ministro de finanças venezuelano. Isso deveria ser o parâmetro oficial para fazer essa determinação. Porém, não é. O fundo está recebendo ordens dos Estados Unidos. Em abril de 2019, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, foi ao Conselho de Segurança da ONU, onde declarou que o órgão deveria aceitar Juan Guaidó como o legítimo presidente da Venezuela. Depois, ele se virou ao embaixador venezuelano nas Nações Unidas, Samuel Moncada Acosta, e disse: “Você não devia estar aqui”. Esse é um momento de enorme simbolismo, os EUA se comportando como se a ONU fosse sua casa e eles podem convidar quem quiserem.

A rejeição do pedido venezuelano de US$ 5 bilhões segue as declarações de Mike Pence. É uma violação do espírito de cooperação internacional que está no coração da Carta das Nações Unidas.

*Ana Maldonado é parte da Frente Francisco de Miranda (Venezuela); Vijay Prashad é historiador, jornalista e editor indiano; Paola Estrada faz parte do Secretariado da Assembleia Internacional dos Povos e é integrante do Capítulo Brasil da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba); e Zoe PC escreve para o Peoples Dispatch.

Editado por: Vivian Fernandes
Traduzido por: Ítalo Piva
Ler em:
Inglês | Espanhol
Tags: banco mundialdonald trumpfmi
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

AGRICULTURA FAMILIAR

STF suspende despejo de 500 famílias solicitado pela Suzano no Maranhão

Segue sem acordo

Sem citar provas, Gilmar Mendes critica ONGs na retomada das audiências de conciliação sobre marco temporal

EDUCAÇÃO

Enem 2025: saiba critérios para pedir isenção da taxa de inscrição

MONITORAMENTO

Apesar da redução, desmatamento ainda ameaça futuro da Mata Atlântica

5ª edição

‘Foi gigante em todos os sentidos’: dirigente do MST comemora sucesso da Feira da Reforma Agrária em SP

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

No Result
View All Result
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Radioagência
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.