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Ciência

Artigo | Como a engenharia pode colaborar no combate às pandemias

Em nosso país, a crise sanitária caminha ao lado de uma crise econômica e política

20.mar.2020 às 01h37
Updated On 25.mar.2020 às 01h37
Rio de Janeiro (RJ)
Clovis Nascimento
Trabalhadores na Central do Brasil

Dados do IBGE apontam que não aumentou postos de trabalho após reforma trabalhista - afp

O coronavírus chegou ao Brasil e muitas são as questões apresentadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já considera a pandemia “a maior crise sanitária global do mundo”. Em nosso país, a crise sanitária caminha ao lado de uma crise econômica e política. Além de incitar e participar de atos que atentam contra a democracia, o presidente da República descumpriu protocolos mundiais de combate ao coronavírus. O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou medidas ultraliberais como a isenção fiscal de empresas, privilegiando os mais ricos e ainda defendeu as reformas [tributária e administrativa] como forma de combate ao vírus. Em primeiro lugar, é preciso responsabilidade do poder público e de seus representantes com a população mais pobre e com o fortalecimento dos serviços.

Nos últimos anos, após o golpe ao mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT), o Brasil entrou em uma política econômica ultraliberal. Com ascensão de Michel Temer (MDB) ao poder, foram aprovadas a Reforma Trabalhista e a Emenda Constitucional (EC) 95 que congela os investimentos públicos em saúde, educação, ciência e tecnologia por 20 anos. Precisamos lembrar que a Reforma Trabalhista legalizou a terceirização e as formas de contratação como Pessoa Jurídica (PJ) e autônomos, trabalhadores ainda mais afetados com a atual situação, uma vez que não têm o direito de realizarem quarentena com remuneração garantida. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que não aumentou o número de novos postos de trabalho, o que aumentou foi a informalidade e, consequentemente, a precarização das condições de trabalho. E, desde o início, nós sempre nos posicionamos contra essas medidas.

Já os efeitos da EC 95 atingem diretamente investimentos públicos em serviços essenciais para a vida dos brasileiros e das brasileiras. O corte em educação atinge a produção de ciência e tecnologia. O sequenciamento do genoma do novo coronavírus, por exemplo, foi realizado em laboratórios de medicina da USP (Universidade de São Paulo), pelas cientistas brasileiras, Jaqueline de Jesus e Ester Sabino. Esta pesquisa só foi possível graças ao financiamento público em educação e em ciência, ao contrário do anúncio de cortes do governo Bolsonaro que desencadeou manifestações em todo o país. Nos EUA, o presidente Donald Trump, exigiu celeridade à comunidade científica para a criação de uma vacina. No entanto, ciência não se faz da noite para o dia. É preciso um comprometimento do Estado com investimento público contínuo e, em seu mandato, ao longo de quatro anos, Trump deslegitimou cientistas, os chamou de “mentirosos” e cortou verbas.  

Na França, o presidente Emmanuel Macron, que tirou muitos recursos da saúde pública e também defendeu reformas como as promovidas pelo governo brasileiro, reposicionou o seu discurso e anunciou a isenção de pagamentos de contas de luz, água e gás por 45 dias. Ele ainda reconheceu o papel do Estado: "O que já mostra esta pandemia é que a saúde gratuita e nosso Estado-providência não são gastos e encargos, mas bem preciosos. (…) O que revela esta pandemia é que há bens e serviços que devem ser colocados fora das leis do mercado".

A Espanha nacionalizou a rede privada de hospitais para ampliar o atendimento. Portugal e Alemanha oferecem renda básica universal as pessoas mais vulneráveis. E no Brasil? Convivemos com um governante que faz chacota de uma crise sanitária global e expõe a população mais pobre aos meandros da necropolítica.

Além disso, a engenharia brasileira – que é instrumento de formulação de soluções técnicas – tem sido sistematicamente atacada desde a Operação Lava Jato, que fechou empresas nacionais, provocou demissões em massa e rompeu com um ciclo produtivo. Recentemente, Paulo Guedes anunciou privilégios a empresas estrangeiras concorrerem às licitações públicas, o que irá dificultar ainda mais a atuação da engenharia nacional.

Para piorar nossa situação, os governantes brasileiros ainda defendem a privatização de empresas como a Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) e da Eletrobras como medidas emergenciais de combate ao coronavirus. O mundo está mostrando que a solução está no fortalecimento do papel do Estado e o Brasil caminha na contramão. Nas favelas e periferias, as pessoas não têm acesso à água, item básico de saúde. O transporte público segue lotado, o que amplia vetores de transmissão.

A engenharia tem capacidade técnica para formular projetos na área de transportes públicos para que não sejam lotados, com o objetivo de evitar aglomerações não voluntárias e com mais espaço para as pessoas transitarem. E também construir sistemas mais eficazes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário bem como coleta, transporte e destinação final adequada dos resíduos sólidos nos bolsões de pobreza. Para isso, é preciso investimento público e comprometimento do Estado brasileiro.

A hora é de mostrar ao mundo que a engenharia brasileira pode colaborar com soluções para essa pandemia mundial.

* Clovis Nascimento é engenheiro civil e sanitarista, presidente da Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) e integrante da coordenação do movimento SOS Brasil Soberano. Exerceu o cargo de subsecretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Rio de Janeiro. Foi diretor nacional de Água e Esgotos da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades.

Editado por: Vivian Virissimo
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