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BdF em Casa entrevista filósofa Marcia Tiburi e a jornalista Tatiana Merlino

Programa lembrou morte de tio de Tatiana, o jornalista Luiz Eduardo Merlino, assassinado pelo regime militar em 1971

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Marcia Tiburi
Tiburi, que está em Paris, contou um pouco sobre a rotina da capital francesa durante a pandemia - Kamilla Ferreira / Agência PT

O BdF em Casa desta quarta-feira (1º) recebeu a filósofa Marcia Tiburi, que relatou a rotina da capital francesa em meio à pandemia; e a jornalista Tatiana Merlino, que relembrou a história de sua família, abalada pelo Golpe de 1964.

A transmissão do programa passou por instabilidades decorrentes de problemas técnicos enfrentados, nesta tarde, por páginas como YouTube, Facebook, Instagram e WhatsApp. Produção do Brasil de Fato durante a quarentena de combate à propagação do coronavírus no País, o BdF em Casa vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 17h, no canal do jornal no YouTube.

De Paris, onde leciona Política Mundial na Universidade Paris 8, a filósofa Marcia Tiburi contou um pouco sobre a rotina da capital francesa durante a pandemia e lembrou que as saídas de casa são controladas pela polícia.

"As pessoas podem ficar até uma hora fora de casa e em um raio de até um quilômetro". A filósofa também denunciou que, por conta do isolamento, também houve um aumento da violência doméstica contra mulheres na França.

Neste 1 de abril, o BdF em Casa também trouxe as memórias da Ditadura Militar brasileira por meio da conversa com a jornalista Tatiana Merlino. Fundadora da Agência Pública e da Ponte Jornalismo, a família de Merlino foi duramente atingida pelo Golpe de 1964, instaurado em 31 de março daquele ano. Seu tio, o jornalista Luiz Eduardo Merlino, foi assassinado pelo regime em 1971. 

"Faz cinco anos que o Brasil entregou um relatório feito pela Comissão Nacional da Verdade, onde se reconheceu que 434 pessoas foram mortas por opositores, 50 mil pessoas foram presas e, cinco anos depois disso, nós temos um presidente e um vice-presidente que, no meio dessa pandemia, louvam a ditadura", afirmou Merlino.

Em 2018, desembargadores do Tribunal Regional Federal da 3ª Região de São Paulo negaram o prosseguimento da denúncia que incriminava, pela tortura de Merlino, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra, que morreu em 2015, além de outros dois torturadores: o delegado aposentado Aparecido Laerte Calandra e o delegado da Polícia Civil de São Paulo Dirceu Gravino.

"A família entrevistou várias testemunhas e ouviu histórias tenebrosas sobre a morte do Merlino. Esse julgamento foi colocado em votação pelo TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo nas vésperas das eleições, onde um dos presidenciáveis defendia o Ulstra e a tortura", destacou Tatiana.

Assista ao programa na íntegra:  
 

Edição: Vivian Fernandes