Posicionamento

Editorial | Nossas armas nesta batalha 

Nossa esperança de vencer essa guerra está alicerçada na ousadia de sonharmos uma nova humanidade, livre e democrática

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Neste momento atípico da humanidade, o Brasil de Fato reafirma o compromisso de oferecer informação pautada pela defesa da vida, pela proteção dos mais pobres e pela solidariedade - Nelson Almeida/AFP

Vivemos uma crise global sem precedentes. Um momento atípico da humanidade. Neste editorial, queremos publicizar as linhas politicas que estamos seguindo e assim continuará nesse período de excepcionalidade.

Primeiro, adotamos medidas para assegurar a saúde e a segurança de cada trabalhadora e trabalhador que fazem o Brasil de Fato. Nossa equipe toda está trabalhando remotamente de suas casas e saem excepcionalmente às ruas para cumprir tarefas importantes para a informação pública e atender suas necessidades imprescindíveis de vida. Nossas referências são as determinações e as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Reafirmamos também o compromisso com a sociedade de buscar garantir a seriedade e a responsabilidade de fornecer informação com qualidade e credibilidade. Acreditamos que a informação – como um bem público a serviço da sociedade, e não dos interesses do capital e de uma minoria de super-ricos – deve se pautar prioritariamente em defesa da vida, na proteção das camadas sociais mais desprotegidas e pobres, na pauta politica da classe trabalhadora e na solidariedade internacional. Assim seguiremos firmes e decididos, mesmo com todas as limitações e dificuldades que o momento nos impõe.

Estamos passando por dias difíceis e de provação, mas temos esperança de que a humanidade vencerá essa pandemia e sairá fortalecida nos valores do humanismo, da solidariedade, da democracia e da igualdade.

A crise atesta a falência, especificamente, das políticas neoliberais, do sistema capitalista de modo geral, do Estado burguês e do seu modo de organizar a sociedade. Cabe-nos denunciar permanentemente as mazelas do deus-mercado e das políticas do Estado mínimo. Ambos, em permanente conluio, tramam por cortes nos gastos (investimentos!) sociais, na extinção dos direitos trabalhistas e sociais e na destruição ambiental. Tudo para assegurar a transferência, mensal e crescente, de monstruosas quantias ao capital financeiro. É hora de reorganizar o Estado em defesa das políticas públicas e das necessidades e dos interesses da sociedade, e não do capital.

Sendo uma epidemia global, necessariamente seu fim passa por uma ação global e solidária entre todos os povos e governos. Escandalizou o mundo ver Donald Trump, presidente da maior potência econômica e belicista do planeta, os Estados Unidos, oferecer US$ 1 bilhão a uma empresa farmacêutica alemã para comprar direitos de monopólio de uma nova vacina da covid-19.

Segue esse mesmo rastro de insanidade politica, o bloqueio econômico e político que o governo estadunidense mantém contra dezenas de países – como Irã, Venezuela e Cuba. Uma política deliberada para dificultar o combate à pandemia e impor um genocídio a esses povos. Enquanto isso, Cuba, China e Rússia distribuem remédios e equipamentos hospitalares e enviam equipes médicas a vários países. Não há no planeta exemplo maior de solidariedade com a humanidade do que nos dá a pequena ilha de Cuba. O que a torna gigante no cenário internacional político e diplomático. Como meio de comunicação, queremos incentivar e contribuir com essa política de solidariedade internacional. 

Para atender todas essas questões, criamos novos produtos:  o BdF em Casa, transmitido diariamente ao vivo pelo Youtube e pelo Facebook;  o programa de rádio Bem Viver especial coronavírus, transmitido diariamente às 11h; o Radinho BdF, voltado para cuidadores e cuidadoras e as crianças que se reinventam nessa quarentena, ambos transmitidos pela nossa Radioweb no site do Brasil de Fato e pela Rádio Brasil Atual; e o Minuto a Minuto Coronavírus, também em caráter especial, com tudo o que você precisa saber sobre a pandemia e as iniciativas adotadas por governos e sociedade.

É essa a nossa disposição política e as nossas trincheiras nesse campo de batalha. Temos a esperança de vencermos essa guerra, esperança alicerçada na indignação contra as causas que nos conduziram à pandemia e à fragilidade no seu combate; e na ousadia de sonharmos uma nova humanidade, livre, democrática e fraterna.

Brasil de Fato, 1º de abril de 2020.

Edição: Camila Maciel