Tão logo foi declarada a pandemia do coronavírus e definidas as diretrizes para combater a contaminação em massa, surgiram os primeiros alertas de instituições de saúde sobre a escassez de materiais de higiene, proteção, bem como equipamentos para auxiliar o tratamento de pacientes infectados. Ao lado da escassez, vem sobrando solidariedade e aplicação de conhecimento científico para resolver estes problemas, como é o exemplo da reunião de pesquisadores da UTFPR, IFPR e PUC-PR, que vem desenvolvendo produtos em massa para disponibilizar à sociedade. Porém, a continuidade dos projetos depende de doações de materiais e mais parcerias.
Um trabalho conjunto das Universidades, com a participação da Secretaria Estadual de Saúde, profissionais da saúde e hospitais, vem desenvolvendo produtos como álcool gel, protetores faciais, máscaras para profissionais da saúde e para uso da população, capas e máscaras de descontaminação, ventiladores pulmonares, entre outros.
Álcool em gel
Para suprir a demanda de álcool em gel dos hospitais que atendem a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), o professor Fernando Molin, do departamento de Química, da UTFPR, com a parceria de alunos da graduação e pós-graduação já produziu mais de 300 litros do produto. Ele conta que foram distribuídos 90 litros para o Hospital Erasto Gaertner, 100 litros para o Hospital de Clínicas, 100 litros pra o Hospital Cajuru, 50 litros para Prefeitura de Campo Magro, 60 litros para Santa Casa de Curitiba e 50 litros para o Hospital do Trabalhador. “Usamos todo o álcool etílico que tínhamos no departamento. Para dar continuidade, precisamos de doação de álcool etílico com mais de 70%,” diz Molin.
Máscaras
Já o Professor Aguiomar Foggiato, do curso de Engenharia Mecatrônica, que coordena uma equipe para fabricação de máscaras do tipo “face shild” para serem entregues aos profissionais de saúde da Região Metropolitana de Curitiba, diz que ainda são necessários materiais como rolo de filamento, elásticos com furo de regulagem e acetato. “Já foram entregues mais de 1mil máscaras para o Hospital do Trabalhador e outros de Curitiba. Agora, queremos nos voltar para outras regiões,” explica o coordenador. As máscaras vêm sendo produzidas em tempo recorde, pois são feitas de acetato e peça única.
Máscaras para uso da população também vem sendo produzidos por outro grupo de pesquisadores. Devido à falta deste material no mercado a produção uma máscara tripla descartável está sendo testada, com a supervisão de dentistas, médicos e radiologistas. Segundo a professora Carla Estorilo, do departamento de Química da UTFPR, da UTFPR, “não é direcionada para hospitais e sim para ajudar que as pessoas não se contaminem no dia a dia” Para a produção, é bem vinda a doação de TNT branco com gramatura 40 ou 50, elástico retangular branco de 3 mm, arame plastificado de 10 a 12 cm e aparelho de solda utilizada para fechar embalagens de 20 a 30 cm.
Capas e câmaras de descontaminação
Para auxiliar na descontaminação dos profissionais da saúde ao chegarem a suas casas, junto aos seus familiares, outro grupo vem desenvolvendo um projeto para criar capas e câmaras esterilizadoras. Segundo o professor da UTFPR Rubens Alexandre de Faria, coordenador de uma equipe multidisciplinar, “a ideia surgiu ao nos conscientizarmos sobre os riscos que estes profissionais correm cotidianamente de se contaminar e levar infecção para suas casas.” Utilizando ozônio e ultravioleta serão produzidas capas para que os profissionais vistam antes de chegar em casa com o objetivo de fazer a descontaminação. A outra parte do projeto e criar câmaras com os mesmos produtos para desinfetar equipamentos e EPIs. Para a continuidade do projeto, segundo o professor, são necessárias parcerias com empresas privadas para garantir os produtos necessários aos materiais.
Outros inúmeros projetos vêm sendo desenvolvidos. As doações ou interesses para fazer parcerias, podem ser comunicados via página do facebook: https://www.facebook.com/quarentenasolidariaBR/
