colapso

Cidade do Rio de Janeiro tem 93,9% de leitos públicos de UTIs ocupados

Ao todo, o Estado e o município destinaram à cidade 749 leitos de UTI para tratamento da covid-19 na capital

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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A ação civil pública pede o desbloqueio de 155 leitos para que sejam destinados ao tratamento de pacientes com coronavírus - AFP

Com 93,9% dos leitos de unidades de terapias intensivas (UTIs) ocupados, o sistema de saúde da cidade do Rio de Janeiro poderá entrar em colapso nos próximos dias por conta do avanço da pandemia coronavírus. É o que alertam a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e Ministério Público estadual (MPRJ). As instituições de justiça ajuizaram uma ação coletiva para pressionar que medidas emergenciais sejam colocadas em prática. Os dados fornecidos pelas instituições de justiça foram levantados na última sexta-feira (17).

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A ação civil pública pede o desbloqueio de 155 leitos para que sejam destinados ao tratamento de pacientes com coronavírus na cidade. A ação também pede a manutenção do distanciamento social até que todos leitos estejam em funcionamento para atender a demanda de pacientes.

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Ao todo, o Estado e o município destinaram à cidade 749 leitos de UTI para tratamento da covid-19 na capital, incluindo os hospitais de campanha, ainda não inaugurados. Desses leitos, 287 estão localizados nos hospitais estaduais e municipais da cidade e 155 ainda não entraram em operação.

Dados da plataforma do Sistema de Regulação (Sisreg) indicam que os leitos inoperantes estão distribuídos nas seguintes unidades de saúde: 61 leitos no Hospital Estadual Anchieta (com data prevista de liberação para o dia 6 de abril), oito no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (com data de liberação imediata), 71 no Hospital Pedro Ernesto e cinco no Instituto Estadual do Cérebro. No Hospital das Clínicas (IESS), não foram identificados os 10 leitos previstos no plano de contingência.

“Neste momento, em que se aproxima o pico da epidemia, é fundamental que todos os leitos de UTI programados pelos próprios gestores para o tratamento digno da população carioca estejam em pleno funcionamento, sobretudo porque não há possibilidade de escoamento desses pacientes na rede existente, já notoriamente deficitária em leitos intensivos”, destaca Thaisa Guerreiro, coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da DPRJ.

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Prefeitura

A Secretaria Municipal de Saúde informou que trabalha para abrir novos leitos de unidade de terapia intensiva para casos de coronavírus, mas que ainda depende de 806 equipamentos que a prefeitura comprou antes da pandemia e que devem chegar entre os dias 27 de abril e 27 de maio. Segundo o órgão, a rede municipal abriu, até o momento, 315 leitos exclusivos para atender pacientes de covid-19, sendo 109 de UTI.

No fim de semana, a prefeitura anunciou a abertura de mais 16 leitos no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, sendo cinco de UTI. Com isso, a unidade de referência da rede municipal para o novo coronavírus passa a contar com 186 leitos, sendo 65 de terapia intensiva e 121 de clínica médica. Mais vagas estão previstas para os próximos dias, podendo chegar a 381 leitos, sendo 201 de terapia intensiva com respiradores.

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O hospital de campanha do Riocentro ficou pronto no domingo (19) e dispõe de 400 leitos de clínica médica e 100 de UTI, mas a unidade só começará a receber pacientes quando a ocupação dos leitos disponíveis no Ronaldo Gazolla chegar a 70%. Os equipamentos para o hospital de campanha devem chegar da China nos últimos dias do mês.

O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou que vai contratar leitos em hospitais privados, caso a ocupação da rede municipal chegue a 100%.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Vivian Virissimo